Paulo Renato Porto
23/12/2019 17:37 - Atualizado em 08/01/2020 15:57
O movimento de aluguel de casas para temporada nas praias da região está aquecido neste verão que se inicia. Em Grussaí, o custo de uma casa com dois quartos e piscina varia entre R$ 10 mil e R$ 12 mil para ser ocupada nos meses de janeiro e fevereiro, segundo Paulo Bissonho, corretor de imóveis na praia das casuarinas. O profissional admite uma alta nos valores cobrados entre 15% e 20% em comparação com o ano passado.
— Este ano percebo um bom aquecimento em relação ao ano anterior. Inclusive, pessoas habituadas a veranear em Cabo Frio ou Búzios estão nos procurando para alugar imóveis nesta temporada. É algo inusitado, mas um bom sinal — disse.
Bissonho admite que os valores podem cair, na medida em que janeiro se aproxima e ainda há imóveis disponíveis. “Deixar para alugar mais tarde tem um risco para o locatário, que é o de não encontrar o imóvel com o padrão desejado e de boa localização, mas, em contrapartida, pode encontrar um preço mais baixo numa negociação com algum proprietário que não conseguiu ainda alugar o seu imóvel”.
A boa procura se deve, segundo alguns corretores, a alguns fatores como a alta do dólar e no preço das passagens aéreas. “Com a crise, viajar para outros países e para o Nordeste ficou muito caro. Então, as pessoas estão procurando algo por aqui, principalmente casas pelo nosso litoral. Com o aumento dessa procura, acho que os preços podem subir. Então, quem deseja passar o verão na praia, é bom correr logo porque pode ficar mais caro”, explica o corretor Hélio Rangel.
Mercado registra leve reação em 2019
O mercado de aluguel de imóveis nas praias experimentou este ano uma leve reação, interrompendo uma queda brutal de 2018, mas não houve um aquecimento substancial, segundo Natalino Dias da Silva, outro corretor imobiliário.
— O que houve foi uma estabilização do preço, mas não uma reação substancial. Tem havido um bom volume de negócios em comparação com o ano passado, mas os valores ainda estão achatados. O momento tem sido mais favorável para os inquilinos do que para os proprietários de imóveis com interesse em alugar — disse.
Natalino ilustra como exemplo uma casa com nada menos que 18 suítes, em Grussaí, nas imediações do Polo Gastronômico, cujo aluguel para a temporada custou não mais do que
R$ 13 mil. “Uma casa grande, que ocupa praticamente um quarteirão, bem pertinho da praia, mas com um valor bem achatado”, analisou.
Baixa demanda estabilizou os preços
O panorama de preços estáveis cobrados nas praias nesta temporada de verão reflete também o quadro que se verifica na área central de Campos, onde a oferta de imóveis ainda é maior do que a demanda, o que reflete nos custos razoáveis. “Tenho como exemplo uma casa avaliada há dois anos por R$ 1,2 milhão pela construtora, que este ano consegui vender, mas por R$ 790 mil. Os valores estão achatados”, analisou Natalino Dias.
Quem quiser passar o verão numa das praias da região não precisa se preocupar com preço. “Em Atafona ou Grussaí, os preços variam muito. Há casas de todos os tipos e valores, desde R$ 3 mil a R$ 15 mil por temporada. Depende das condições, da qualidade e da localização do imóvel. São várias as opções”, informou o corretor de imóveis Leopoldo Tâmega Soares.
Programação incentiva procura por casa
O anúncio pela Prefeitura de Campos da programação de shows com artistas consagrados no verão do Farol de São Thomé levou a um maior interesse dos veranistas pela procura de casas para alugar na praia dos campistas. “Houve uma melhora considerável nesta segunda quinzena, após a liberação da programação”, disse Leopoldo, que admite uma variação de 10% nos preços dos alugueis nesta temporada em comparação com o ano passado.
No mesmo tom de Bissonho e Natalino, Leopoldo concorda que o mercado de aluguel se tornou mais aquecido este ano em comparação com o período anterior. Ele ressaltou, ainda, que neste ano boa parte dos proprietários de casas nas praias resolveu não alugar seu imóvel, preferindo passar o verão nas praias da região, ao invés de optar por outros destinos. “Sinais da crise”.