Paulo Renato Porto
05/12/2019 21:20 - Atualizado em 10/12/2019 16:15
O aumento dos preços da carne bovina fez o consumidor migrar para outros produtos como a carne de porco, frango ou peixe. Em alguns açougues do Mercado Municipal, no entanto, a procura pelas outras opções de proteína levou também a um aumento no custo, com exceção do pescado. “Houve uma melhora no consumo de frango e suíno. Mas o preço também aumentou. Esse corte aí que eu vendia antes a R$ 12,00 hoje custa R$ 16,00”, disse o comerciante Lenildo Soares.
O preço mais alto da carne de boi levou a uma queda estimada em 40% do consumo, segundo Cleidílson Lopes, gerente de outro açougue. “O consumidor que ainda prefere a carne bovina, leva carne de segunda, parte para a carne de frango ou de porco”, disse. O comerciário calcula que o consumo de carne de suíno ou frango deve ter aumentado em torno de 20%.
A procura por alimentos substitutos, como ovo e linguiça, também gera o aumento de preço destes produtos. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no mês passado a inflação das carnes subiu 7,71% frente a outubro. Os cortes bovinos encareceram 11,23% e, com os preços altos, a procura por alimentos substitutos como ovo e linguiça também aumenta. De acordo com o instituto, o preço do ovo de galinha sofreu reajuste de 5,16% no mês, enquanto a linguiça ficou 9,22% mais cara.
Uma junção de fatores explica o encarecimento das carnes. Devido a um surto de gripe suína na Ásia, a demanda da China por carne bovina aumentou consideravelmente. O país asiático aumentou a importação da carne brasileira e, com isso, os frigoríficos não conseguiu suprir a demanda interna.
O comerciante Aílton Xavier admite ter havido um aquecimento nas vendas após a alta da carne bovina. “Mas era para ser maior. O quilo do peruá está a R$ 8,00; o xerelete, a R$ 7,00; a tilápia, a R$ 10,00. Não tem comparação com o preço da carne de boi ou de frango”, disse, puxando a brasa para sua sardinha.