A Petrobras se prepara para descomissionar um total de 18 plataformas ao longo dos próximos cinco anos, conforme revelou o diretor de exploração e produção da companhia, Carlos Alberto Pereira, durante encontro com investidores em Nova York. O custo total destas atividades chegará a US$ 6 bilhões e inclui já no ano de 2021 a desativação de quatro delas do campo de Marlim (P-26, P-32, P-33 e P-37) na Bacia de Campos, o que deve demandar recursos da ordem de US$ 2,3 bilhões.
Segundo Pereira, a Petrobras pretende aumentar a eficiência operacional dos seus ativos, fazer aquisições de novas áreas e incrementar o fator de recuperação com o uso de novas tecnologias. O estabelecimento de parcerias estratégicas também faz parte desse planejamento.
Dessa forma, com novos poços e o processo de revitalização, a companhia espera que a produção dos ativos da Bacia de Campos, em 2024, fique entre algo em torno de 900 mil barris de óleo equivalente por dia e 1 milhão de barris de óleo equivalente por dia.
O processo de descomissionamento se deve à política da Petrobras, que busca concentrar investimentos no pré-sal. Trata-se da desativação de estruturas de produção offshore, desde sistemas submarinos, poços, navios-plataformas flutuantes (FPSO’s) até plataformas inteiras.
Em agosto deste ano, durante o seminário “Descomissionamento no Brasil: oportunidades e desafios”, na Fundação Getúlio Vargas, no Rio, empresários do setor apontaram que o desmantelamento de antigas plataformas de petróleo “deve ser um grande negócio para o mercado nos próximos anos”.
O superintendente de Petróleo, Inovação e Tecnologia de São João da Barra, Wellington Abreu, lembrou que “as plataformas da Bacia de Campos já possuem, em sua maioria, mais de 30 anos de funcionamento e produtividade, alcançando o limite de funcionamento e necessitando de investimentos e tecnologia para campos maduros com baixa produtividade”.
Wellington Abreu acrescentou que “há um leque de plataformas que precisam ser desativadas e retiradas de produção na Bacia de Campos e que requer a aplicação de recursos”. O superintendente disse ainda esperar “que esses campos sejam colocados à ofertas para outras petroleiras menores com compromisso de pagamento de percentual menor de royalties e buscar o quanto antes ativar as plataformas nos campos de Libra e Búzios”.