O preço da arroba do boi gordo em Campos chegou a R$ 230,00, acompanhando uma tendência nacional, informou o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Campos, Ronaldo Bartolomeu, que apontou a existência de um cartel dos frigoríficos cuja estratégia é alegar estoque em alta, reduzir a procura para pressionar os produtores a forçar a redução do preço.

— O sindicato orienta o produtor para que não ceda às pressões através desta tática liderada pelos grandes frigoríficos cujo comando reflete também nos estabelecimentos da região. Eles querem com isso forçar a baixa no preço, mas a verdade é que não há oferta de boi gordo na praça — avaliou.

Ronaldo Bartolomeu acrescenta ainda que o mercado está mais aquecido neste período com as festas de fim de ano quando aumenta a procura de carne para consumo em churrasco. “Com esta alta do dólar, a nossa carne ainda é a mais barata em comparação com o Uruguai, por exemplo, onde a arroba está sendo vendida a R$ 30,00”.

No plano nacional, o portal da Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) informava nesta quarta-feira que o preço da arroba do boi indicava na última terça-feira o valor de R$ 219,45, uma variação ao dia de -3,67% e de -5,14% ao mês. Segundo o centro de estudos, em novembro, a arroba do animal subiu R$ 61,80 ou 35,5%.

Além dos dois frigoríficos de Campos, o rebanho campista abastece também frigoríficos de Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana e Miracema, além de uma parte do mercado do Espírito Santo e de Minas Gerais.

A situação do mercado bovino brasileiro é explicada por uma soma de fatores. A China, um dos maiores importadores do produto, passa por um surto de peste suína africana que já dizimou cerca de 40% do plantel de suínos. Com isso, o país asiático tem procurado outros tipos de proteínas. (P.R.P.P) (A.N.)