Paulo Renato do Porto
03/12/2019 20:00 - Atualizado em 10/12/2019 16:14
O setor ceramista da Baixada Campista espera uma reação da economia no próximo ano com a retomada da construção civil e o aquecimento do mercado em 2020. Os dias piores já se foram, segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção de Campos (Sindicer/Campos), Oziel Batista Crespo Filho.
“Os piores anos foram 2017 e 2018, mas neste ano de 2019 já houve um crescimento de 13% na construção civil do Estado do Rio a partir de maio. Creio que, em 2020, a partir do primeiro trimestre, já teremos uma melhora mais acentuada na demanda com a retomada do setor da construção”, admitiu Crespo.
Diante da crise, cinco cerâmicas encerraram suas atividades, enquanto outras tantas acabaram por demitir entre 20% e 30% dos empregados, num total aproximado de 1.800 trabalhadores. “O ano de 2019 foi de uma certa estabilidade. Não houve grande número de contratações, mas não houve demissões em massa como nos dois anos anteriores”, acrescentou Oziel.
Atualmente, Campos conta com pouco mais de 100 cerâmicas, a quase totalidade na Baixada Campista, o que leva o município a possuir o maior parque industrial do setor no Estado, ficando em terceira posição em relação ao restante do país. Atualmente, o segmento produz um total de 50 a 60 milhões de tijolos por ano. No auge, o segmento chegou à produção anual de 100 milhões de peças.
Outro desafio importante do setor é o aperfeiçoamento da qualidade do produto para que a indústria cerâmica campista venha ampliar sua participação no mercado, especialmente em casas e obras financiadas pela Caixa Econômica Federal.
— Em agosto deste ano estivemos presentes em reunião da Associação Nacional de Indústria Cerâmica, a Anicer, que teve por finalidade a melhoria da produção cerâmica dentro dos padrões atuais exigência. Para ficar num exemplo, nas obras financiadas pela Caixa há a exigência de um certificado de qualidade e padrão nos tijolos que precisamos atingir para não ficarmos de fora deste mercado. Então, a Anicer vai disponibilizar um laboratório móvel para vir aqui testar os produtos da nossa indústria e levar para o laboratório em Três Rios, a fim de que sejam testados e possamos adquirir este certificado e assim estaremos prontos para preencher estas exigências e disputar este mercado — concluiu Oziel Filho.
Além de tijolos lajotas, o parque cerâmico da Baixada Campista fabrica também telhas, tijolos aparentes para churrasqueiras e plaquetas de revestimento, entre outros produtos.