EUA reagem contra Brasil e Argentina tarifando o aço
02/12/2019 21:42 - Atualizado em 10/12/2019 16:13
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira em sua conta no Twitter que vai restaurar as tarifas do aço e alumínio brasileiros e argentinos. A medida é uma reação à desvalorização das moedas locais desses dois países.
Para o professor de Economia, Igor Franco, a decisão de Trum traz logo um impacto negativo. “Tarifas de importação são impostas com objetivo de diminuir a competitividade de um bem ou serviço. Assim, o aço brasileiro se tornou mais caro e menos atrativo ao comprador americano, reduzindo as exportações desse tipo de bem”, observou.
Igor Franco, porém, ao mesmo tempo relativiza o impacto da medida. “Diversos analistas do setor avaliam a medida como de baixo impacto, uma vez que as siderúrgicas brasileiras já não possuem grandes receitas com a venda do aço para o mercado americano. Inclusive as ações do setor fecharam com alta por noticias positivas no mercado chinês”, avaliou.
— Uma preocupação maior é com a extensão dessa prática. A imposição de tarifas pode chegar a outros produtos? Uma vez que esse movimento foi lido como um afago de Trump ao mercado interno americano produtor de aço, podemos ver outros atos de populismo tarifário — acrescentou.
Igor avalia que restou aprendizado com o episódio. “As relações entre países são superiores a eventuais afinidades pessoais entre presidentes. Precisamos tratar de maneira mais institucional a relação entre Brasil e EUA. Diplomacia comercial não se restringe ao Twitter”.

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