Desafios da Uenf são debatidos
Mário Sérgio Junior 07/11/2019 07:56 - Atualizado em 22/11/2019 14:02
O futuro da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que terá o professor Raúl Palacio à frente da reitoria, foi debatido na manhã ontem no programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, que recebeu o professor argentino e diretor do Centro de Ciências do Homem (CCH) da Uenf, Marcelo Gantos. Dentre outros pontos, ele destaca que a universidade viveu um momento “refundacional” em termos de conciliação com outras instituições e o que vem pela frente é “uma refundação” demográfica e da composição do corpo docente e técnico. Hoje o programa recebe o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD).
— Creio que o ciclo político que estamos encerrando agora com a gestão de Luís Passoni deve ser contextualizado no tempo em que a gente vivenciou. Nós temos vivenciado nesses últimos quatro anos o pior período da história da Uenf, devido às inúmeras crises. No entanto, foi um momento refundacional da Uenf em termos de uma consolidação de laços que estavam um pouco soltos com outras instituições, como por exemplo a UFF e o IFF que foram altamente solidários. Em termos globais de estrutura, a universidade sobreviveu pela força das pessoas e gostaria de agradecer publicamente à gestão do Luís Passoni pelo esforço e valentia. Eu penso que a continuidade do Raúl (Palacio) deve seguir na mesma lógica — destacou Gantos.
O professor ressaltou ainda que um dos desafios da próxima gestão é renova o quadro profissional. “Nós estamos vivendo uma crise geracional. Quando o corpo docente da universidade se estabeleceu a partir de uma política de concursos foi 20 anos atrás. Hoje esses professores, assim como eu, estão chegando a um nível já de pré-aposentadoria. Daqui a cinco anos, nós vamos ter um déficit terrível. Recentemente, a direção de recursos humanos fez um levantamento que foi assombroso. Mostrou que 30% do corpo docente está em condição de aposentadoria neste ano e no próximo. Se nós aposentarmos 30% do nosso quadro, que já é deficitário, então o funcionamento da Uenf ficará comprometido. Por isso que acho que uma das grandes bandeiras para essa nova gestão, independentemente se está na mira da proposta política do Raúl, é fortalecer o corpo técnico docente”, disse ao acrescentar que: “O que vem pela frente é uma refundação da Uenf em termos demográficos, da composição do corpo docente e técnico, porque sem isso a gente não pode pensar em universidade do século XXI. A universidade se faz com gente, não com máquina. Acho que um dos desafios centrais do Raúl é transforma essa demanda em um bloco político de apoio tanto dentro do Governo do Estado ou nas esferas onde seja possível”. (M.S.)
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