Saúde em 2019: greve, inauguração e nova direção
Camilla Silva 30/11/2019 16:21 - Atualizado em 03/12/2019 13:18
Secretário de Saúde de Campos, Abdu Neme
Secretário de Saúde de Campos, Abdu Neme / Genilson Pessanha
A crise com os hospitais contratualizados e os problemas na estrutura do HGG, na Saúde, não foram fatos isolados a serem enfrentados pelo chefe da pasta Abdu Neme. Na edição da última sexta do Folha no Ar, o secretário de Saúde do município afirmou que não se arrepende em ter assumido o cargo, mas lamenta não ter entrado no governo alguns meses antes, quando a atenção das pessoas não estavam tão voltadas para disputa eleitoral do próximo ano, segundo ele.
— A gente o problema de ponto biométrico, problema do CRM [Conselho Regional de Medicina]. É muito agenda negativa em pouco tempo. Com um objetivo: não ajudar a gente a trabalhar. Veja só, ponto biométrico é determinação do Ministério Público, tem que fazer. Queda nos royalties, é um absurdo o que está acontecendo com Campos. Nós temos 4 mil km, cada unidade de saúde quer uma ambulância, demanda motorista, manutenção, combustível — falou à Folha.
Apenas no segundo semestre de 2019, a área teve uma troca de comando na principal unidade da rede, o HFM, uma greve dos médicos que durou 23 dias e a inauguração do Hospital São José, na Baixada Campista.
Em setembro o Hospital Ferreira Machado passou a ter um novo diretor. O indicado para função foi Elbo Batista Júnior, que já foi coordenador médico do Centro de Terapia Intensiva (CTI) da unidade. Em agosto, durante a greve dos médicos, o então superintendente da unidade, Pedro Ernesto Simão, o “Pedrão” pediu exoneração do cargo. Aliado de primeira hora do prefeito Rafael Diniz (Cidadania), ele não comentou sobre os detalhes da saída, disse apenas que foi por “questões pessoais”. À época, o secretário de Saúde de Campos, Abdu Neme, informou que seria nomeada uma comissão para direção do hospital.
A greve dos médicos de Campos, realizada em agosto, durou 23 dias. Ao final da assembleia, José Roberto Crespo disse que o movimento iria manter a vigilância quanto ao cumprimento do acordo. Na ocasião ele disse: “O prefeito acenou com todas as nossas reivindicações, criamos um compromisso público de ajudar a melhorar as condições de trabalho e ele também firmou esse compromisso. Ele sempre fala na questão econômica, que está realmente em dificuldades, mas o mais importante é que é preciso investir na Saúde de Campos de forma mais direta, mais emergente. É isso que nós queremos e precisamos, é isso que a população necessita”.
Em julho, o prefeito Rafael Diniz, ao lado do secretário municipal de Saúde, Abdu Neme, inaugurou o novo Hospital São José, em Goitacazes, na Baixada Campista. A obra foi iniciada ainda na gestão de Rosinha Garotinho, em 2011, e estava prevista para ser entregue inicialmente em 2013. O novo prédio possui 2.700m² e dois pavimentos com atendimento emergencial e ambulatorial. Inicialmente, a reforma custaria R$ 6,4 milhões, mas, após aditivos, ficou em cerca de R$ 9 milhões. No pavimento térreo estão instalados 10 consultórios ambulatoriais, cinco consultórios de emergência e 27 leitos de enfermaria — sendo 21 de adultos e seis de pediatria.
A inauguração foi inicialmente prevista para o dia 31 de maio e depois para o dia 25 de junho.
— Todas as dificuldades que nós estamos passamos. O Hospital Ferreira Machado recebe baleado, pessoas que sofreram acidente, e a taxa de mortalidade é de 1,65, muito menor que a média do estado. Por mais que a prefeitura tenha dificuldade, nós pegamos em uma situação que precisa melhorar, que a saúde pública do país está horrorosa. Mas não é falta de correr atrás, falta de trabalho. Nós vamos continuar trabalhando — afirmou Abdu Neme.

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