Ônibus Lilás em Campos para atendimento à mulher e prevenção de casos de violência
Virna Alencar 28/11/2019 14:40 - Atualizado em 03/12/2019 13:13
Divulgação/G1
O Projeto Ônibus Lilás estará em Campos no dia 13 de dezembro para prestar atendimento à mulher e prevenir casos de violência. No coletivo, são oferecidos serviços como isenção e segunda via de documentos e certidões através do Centro Comunitário de Cidadania (CCDC), obtenção de certidão de nascimento, óbito, orientação sobre violação de direitos, esclarecimentos sobre a Lei Maria da Penha, dentre outros.
O município foi contemplado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSODH), atendendo a um pedido da vereadora Josiane Morumbi, que é a presidente da Comissão da Mulher na Câmara de Campos. Na última segunda-feira (25), foi comemorado o Dia Internacional de Combate a Violência Contra Mulher e a cidade aderiu uma programação com o objetivo de conscientizar a população sobre a causa.
Pintado na cor lilás, o ônibus é equipado com salas fechadas para garantir privacidade às mulheres, com modelo de atendimento multidisciplinar para vítimas de violência. No local haverá uma psicóloga, uma assistente social e uma advogada para atendimentos que se fizerem necessários.
De acordo com Josiane Morumbi, o município foi contemplado com o projeto após solicitação enviada ao deputado Wladimir Garotinho, por meio de ofício.
— Como vereadora e presidente da Comissão da Mulher na Câmara de Campos venho fomentando políticas públicas de proteção e apoio às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Fizemos a indicação legislativa e já existe uma decisão judicial para a implantação do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), que é fundamental para promover um espaço de acolhimento e atendimento. A vinda do Ônibus Lilás é mais um serviço de atendimento às nossas mulheres e uma forma de prevenir casos de violência em nossa cidade — declarou.
O Governo do Estado retomou o Projeto Ônibus Lilás em outubro deste ano. Desde então, o ônibus já esteve presente em cidades do estado, entre eles, Mesquita, Barra Mansa, Volta Redonda, Paraíba do Sul, Itaocara e Rio de Janeiro.
Estatísticas – Os últimos dados do Dossiê Mulher, divulgados pelo Instituto Segurança Pública (ISP-RJ) com informações de 2018, mostram que o município teve 1.552 casos de violência contra a mulher registrados, 39% deles são de violência física, 33,7% psicológica, 15,2% moral e 7,7% sexual. De acordo com a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), o número de atendimentos no primeiro trimestre de 2019 aumentou 55% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 334 registros de ocorrências realizados neste ano contra 215 em 2018.
Um caso de feminicídio, que chocou o município, vitimou a professora Regiane da Silva Santos, de 36 anos, morta a tiros no último dia 3 de julho, dentro de uma academia, no distrito de Travessão. Regiane foi atingida por cinco tiros, três no tórax, um nas costas e outro na mão. O ex-marido da vítima, de 55 anos, se entregou à 143ª Delegacia de Polícia (Itaperuna), dois dias depois, acompanhado de um advogado. Contra o suspeito, havia três medidas restritivas, sendo a mais recente requerida por Regiane em maio deste ano. O caso foi registrado na 146ª Delegacia de Polícia em Guarus.
No Estado do Rio, de acordo com dados da Polícia Militar, nos primeiros quatro meses de 2019, o órgão recebeu quase 22 mil chamados referentes à violência contra a mulher, mas apenas 16% destes tiveram registro na delegacia. Em 2018, foram registrados 71 feminicídios e 288 tentativas, sendo a maioria dos casos ocorridos dentro das residências das vítimas e os crimes tendo como autores companheiros ou ex-companheiros.
 
 

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