Arnaldo Neto
27/11/2019 08:29 - Atualizado em 28/11/2019 15:45
As secretárias de Meio Ambiente de São João da Barra, Joice Pedra, e de São Francisco de Itabapoana, Luciana Soffiati, descartaram que exista algum tipo de risco para banhistas que frequentarem as praias das duas cidades. Os municípios foram os primeiros do Estado do Rio de Janeiro a registrarem fragmentos de óleo compatível com o encontrado no Nordeste do país e na costa capixaba. Nesta quarta-feira (27), no Folha no Ar, da Folha FM 98,3, elas deram detalhes sobre o protocolo que os municípios estão seguindo e o trabalho contínuo com representantes do governo estadual e com a Marinha do Brasil. Nesta quinta (28), às 7h, o programa recebe o advogado Andral Tavares.
O monitoramento continua constante nos dois municípios e as secretárias orientam à população para não tocar caso encontre algum material suspeito. Em cada cidade, foram encontrados até agora cerca de 200 a 300 gramas de resíduos de óleo. Os municípios já estavam preparados, com agentes treinados, para a chegada do óleo, bem antes da chegada. A preocupação era que a quantidade fosse bem maior. No entanto, como destacou Luciana, este é o maior desastre ambiental da história do litoral no país, e ainda não se sabe o quanto desse óleo pode chegar ao litoral fluminense.
As secretárias também comentaram que todos os protocolos seguidos neste caso são federais, com a Marinha à frente das ações. A primeira praia em que fragmentos foram encontrados no Norte Fluminense foi a de Grussaí, na última quinta-feira. “A gente convocou a Marinha, recolheu o fragmento e levou para análise. Após constatado (a compatibilidade com o material do Nordeste), a gente vem mantendo o monitoramento”, afirmou Joice.
No fim de semana, mais resíduos foram achados nas praias de Santa Clara e Guriri, em SFI. Luciana contou que com o treinamento prévio que os municípios receberam, também houve tempo para mobilizar a população. “Nos reunimos, previamente, com a Colônia de Pescadores, com Pescarte, para formar uma rede de voluntários. A gente estava se preparando para a chegada de muita quantidade”, contou.
Como os dois municípios são turísticos e o verão está próximo, as secretárias também se preocupam com as consequências de alarmes falsos sobre a contaminação nas praias. “Não é só o impacto ambiental, é o impacto social e econômico. Nosso município é turístico. Chega final de ano as pessoas alugam casa, o comércio aguarda esses dias. O impacto ambiental, ao menos até agora, não é significativo”, disse Joice. “Em uma reunião que participamos no domingo, com a Marinha, com representantes do Estado, do Inea (Instituto Estadual de Ambiente), foi muito frisado isso: não precisa se alardear em relação ao turismo. Não tem nenhum risco para o turista”, afirmou Luciana.
Desde 30 de agosto, fragmentos ou manchas de petróleo cru começaram a ser identificados no litoral brasileiro. Segundo o Ibama, 764 praias, rios, ilhas e mangues de 124 municípios foram atingidos por óleo. A origem do material ainda não foi confirmada pelas autoridades.