A sexta-feira (22) será marcada por homenagem no campus Guarus do Instituto Federal Fluminense (IFF). Responsável por importante obra sobre a memória da música em Campos, o professor Vicente Marins Rangel Júnior passou a dar nome ao Centro Acadêmico do curso de licenciatura em música, que fará nesta sexta a solenidade de posse de sua nova diretoria executiva. Está programada para as 17h30, no auditório do Bloco D, a palestra “Música e memória em Campos: os resgates possíveis”, ministrada pelo próprio Vicente Rangel.
— Vai ter uma homenagem a ele, reconhecendo a sua contribuição para a música campista, seus trabalhos de registro da música de Campos, todo o acervo que ele conseguiu juntar com o Orfeão de Santa Cecília — disse o novo presidente do Centro Acadêmico, Fabiano Artiles. — O curso de licenciatura em música está empenhado a mostrar serviço à sociedade onde está inserido, que é a cidade de Campos dos Goytacazes. Nada melhor do que valorizar a quem registrou essa história, dar conhecimento às pessoas e reconhecimento ao Vicente pelo trabalho que ele fez — pontuou.
Campista nascido em 1954, Vicente Rangel teve sua formação musical básica no Conservatório Musical de Campos, fazendo em seguida vários cursos de aperfeiçoamento e pós-graduação nas áreas de educação musical e artística, regência coral e musicologia. Licenciado em letras pela Faculdade de Filosofia de Campos (Fafic), obteve em 1984 a primeira colocação em concurso público para o magistério de educação musical do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Em sua cidade natal, foi idealizador e um dos organizadores da Semana de Memória Musical, em 1991. Tem ainda artigos sobre história, arte e música publicados na imprensa local, desde 1971.
Durante 15 anos, foi pianista, acompanhador e coordenador musical, junto a colegas, de vários espetáculos musicais ocorridos na cidade, notadamente na Fafic. Cantou no Orfeão de Santa Cecília, do qual foi vice-presidente, e no Madrigal Vox, do Conservatório Brasileiro de Música. Atuou no magistério campista desde 1973, exercendo atividades de professor e regente coral no Instituto de Educação Professor Aldo Muylaert (atual Isepam), Conservatório de Música de Campos, na Escola Técnica Federal de Campos (atual IFF) e Fafic, nesta lecionando as línguas portuguesa e francesa.
Vicente Rangel é autor da obra “Recortes da memória musical de Campos (1839-1964), sua dissertação de mestrado defendida em 1992 no Centro de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão do Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro. Quase três décadas depois, o livro ainda é referência máxima para estudos e pesquisas sobre o tema na planície goitacá. Montou ainda a coletânea “Resgate da memória sonora de Campos”, com raras gravações de diferentes épocas do ambiente musical, algumas regravadas devido ao mau estado das partituras e vozes antigas.
— Embora muito honroso com a lembrança dos alunos de música do IFF, considero que, na verdade, a homenagem se dirige a todos os músicos que engrandeceram e virão a engrandecer a cena musical de nossa terra. A palestra do dia 22, dia do músico e de sua padroeira Santa Cecília), tem endereço certo: os alunos do curso de licenciatura em música do IFF, campus Guarus, nos seus caminhos investigativos em torno do universo musical — afirmou Vicente.
Atualmente, o IFF Guarus conta com uma biblioteca acessível por alunos de todos os cursos e um centro de memória incluindo acervos de partitura. Existe um projeto encabeçado pelo professor Adler Tatagiba de levar para o campus o acervo do maestro itaperunense José Carlos Ligiero.
— Esse trabalho com o Vicente, essa homenagem, visa também estender esses trabalhos à música local, contar a história da educação musical. O nosso curso é de formação de educadores musicais. Então, o Vicente, com certeza, tem muita coisa a nos ajudar sobre a educação musical na cidade — enfatizou o presidente do Centro Acadêmico Vicente Rangel, Fabiano Artiles.