“Por que as aulas de inglês da escola não tornam os alunos efetivamente bilíngues?”. Essa era uma das principais perguntas que se fazia o campista Ulisses Cardinot desde a pré-adolescência e que o motivaram a fundar em 2009 a solução bilíngue International School, que chega atualmente a mais de 85 mil alunos no Brasil.

— São mais de 260 escolas em todo o país utilizando o nosso programa — disse Ulisses: — E as projeções de crescimento previsto para 2020 são animadoras. Queremos ultrapassar rapidamente a marca de 100 mil alunos transformados por meio da educação bilíngue.

Causava incômodo em Ulisses o fato de o inglês presente nos componentes curriculares dificilmente serem aproveitados pelos alunos, no dia a dia, da mesma forma que o conteúdo de disciplinas como língua portuguesa, matemática e ciências. Seu inglês foi aperfeiçoado na prática, residindo e estudando nos Estados Unidos. Quase duas décadas depois de retornar ao Brasil e fazer outras incursões na área educacional, criou então a International School. Por meio dela, alunos de escolas particulares poderiam aprender a língua estrangeira sem precisar de um custo extra, tendo aulas de inglês diárias, metodologias internacionais e material didático próprio.

— O desafio inicial foi transformar o mindset dos próprios educadores — recordou o empreendedor: — As primeiras escolas que adotaram o nosso programa foram as da minha própria família, pois precisávamos aperfeiçoar o produto, testar as soluções e aferir os resultados.

O processo de expansão da International School começou em 2014. Hoje, a empresa nascida em Campos tem receita anual girando em torno dos R$ 100 milhões e faz parte da Arco, companhia brasileira focada em soluções educacionais, que integra a bolsa de valores estadunidense Nasdaq (Associação Nacional de Corretores de Títulos de Cotações Automáticas em português) desde 2018.

Na visão do próprio Ulisses, atualmente residindo em São Paulo, sua trajetória no objetivo de revolucionar o ensino está em processo de construção. Fundador do Centro Educacional Polegar, busca utilizar a escola como força motriz de suas inovações.

— A educação brasileira ainda possui outras dores e lacunas. Acredito que o engajamento dos alunos e a capacitação dos professores estejam entre os nossos maiores desafios — ressaltou. — Nossa meta é que o Polegar esteja para Campos como a International School está para todo o país. O Polegar é uma escola do Século XXI que acredita em novos caminhos, novas respostas e novas possibilidades. Infelizmente, ainda há instituições que não entenderam que a vida e o mercado de trabalho mudaram, e que não preparar nossos alunos para esta nova realidade pode ser fatal — pontuou Ulisses.

O discurso é reforçado pela pedagoga mineira Lilian Ferreira da Silva, atuante em Campos.

— As crianças e jovens de hoje precisam ser educados para o século XXI, e este é o século da inovação, da capacidade de transformar ideias em projetos e do empreendedorismo, traços marcantes da trajetória de Ulisses — comentou Lilian. (A.N.) (M.B.)