Aluysio Abreu Barbosa
21/10/2019 21:27 - Atualizado em 30/10/2019 17:15
Ex-prefeito interino e ex-deputado estadual, Roberto Henriques (PPL, em processo de fusão com o PC do B) se colocou na briga entre os vários pré-candidatos à Prefeitura de Campos em 2020. Um dos tantos ex-aliados do ex-governador Anthony Garotinho (sem partido), usou a conhecida metralhadora giratória do seu ex-líder para atirar para todos os lados no Folha no Ar 1ª edição da manhã desta segunda-feira, na Folha FM 98,3. Os alvos preferenciais foram os pré-candidatos a prefeito considerados mais fortes. No último bloco da entrevista, dedicada a 2020, Henriques começou mirando nos deputados estaduais Gil Vianna (PSL) e Rodrigo Bacellar (SD):
— Participei do governo (municipal) Garotinho, participei do governo do Arnaldo (Vianna, PDT), fui vice-prefeito desta cidade num período conturbado (governo Alexandre Mocaiber, sem partido, que chegou a assumir interinamente). Mas o meu comportamento sempre foi independente de todos eles. Agora, que autoridade tem Rodrigo Bacellar, o Gil Vianna, para questionar o modelo implantado pelos ex-prefeitos (de Campos)? Incluindo a Rosinha, na qual batizaram, crismaram e benzeram, no caso do Gil. O caso do Rodrigo, tem o pecado original do pai. O (então presidente da Câmara Municipal) Marcos Bacellar (PDT) foi um dos sustentáculos daquela desgovernança que foi o governo Alexandre Mocaiber. Diretamente, não, mas ele (Rodrigo) foi beneficiário, inclusive contratado daquelas empresas terceirizadas (contratadas no governo Mocaiber). É o pecado original, o vício do cachimbo.
Além de Gil e Rodrigo, Roberto também investiu contra o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), o pré-candidato Caio Vianna (PDT) e contra aquele que é considerado o principal cabo eleitoral do filho, o ex-prefeito Arnaldo Vianna. Para Roberto Henriques foi Arnaldo quem instalou o “modelo perdulário” de governar Campos, que considera ter sido seguido por Mocaiber e Rosinha:
— Qual experiência o Wladimir tem, a não ser a herança do “filhismo”? Qual a força de portaria que o nomeou para ele exercer algum cargo no governo da mãe dele? Nenhuma! Caio? Eu votei no Caio (na eleição a prefeito de 2016, quando mudou a um mês das urnas seu apoio inicial ao candidato Rogério Matoso) porque ele estava sem o Arnaldo. Porque quem instalou esse modelo perdulário, gastador, aqui na Prefeitura de Campos, foi o Arnaldo. Que Mocaiber continuou e Rosinha continuou. O Arnaldo (que até aqui caminha com o filho para 2020, após ter apoiado Geraldo Pudim a prefeito em 2016) vai ser o abraço do afogado em Caio — profetizou.
Segundo Roberto, apenas os pré-candidatos a prefeito hoje considerados de menor densidade eleitoral, como ele mesmo, teriam “legitimidade” para questionar o modelo de governar Campos:
— Esses têm legitimidade. O José Maria (Rangel, PT) tem, o (Lesley) Beethoven (PSDB) tem, o (Alexandre) Buchaul (ainda PSDB, mas em busca de nova legenda) tem, o Marcelo Mérida (PSC) tem. Eles têm autoridade de questionar esse modelo que está aí. Agora, nos outros, eu não vejo essa autoridade.
Roberto também avaliou a pré-candidatura à reeleição de Rafael Diniz (Cidadania), que aconselhou o prefeito a abandonar:
— Arnaldo fala (risos) muita lorota. Mas Arnaldo falou uma verdade aqui: não há tempo mais para Rafael. O Rafael foi daqueles que pegou a Prefeitura em maior dificuldade. Sou um crítico das primeiras medidas que ele tomou, cortar recursos sociais. Mas ele recebeu as consequências do modelo gastador de Arnaldo, Mocaiber e principalmente de Rosinha. Recebeu um comprometimento de receita que qualquer prefeito pegaria empréstimo (Rosinha pegou três, popularmente conhecidos como “venda do futuro”). Mas nunca para fazer o que Rosinha fez. Ela pegou pensando eleitoralmente, jogou um pool de obras irresponsavelmente, largadas pela metade. Então Rafael, ao meu ver, deveria dizer: “Olha, vou me dedicar a esse resto de mandato, não darei apoio a prefeito algum, eu vou ser magistrado, vou procurar entregar a Prefeitura da melhor maneira possível”.
Indagado se faria isso, se estivesse no lugar de Rafael, o ex-prefeito interino disse: “Eu não faria porque eu tomaria outras medidas. Não precisaria fazer”.
O entrevistado desta terça-feira, a partir das 7h, será o empresário Thiago Corrêa, embaixador do Fla-Campos.