Ícaro Barbosa
10/10/2019 18:00 - Atualizado em 21/10/2019 15:00
O acusado de executar o radialista de São João da Barra Renato Machado, em 2013, pode ser transferido para uma das unidades prisionais do Complexo de Gericinó, em Bangu. Gilmar Barreira Ramos Junior está preso em Campos, mas estaria coagindo testemunhas e, também, a sua companheira. Gilmar, mais conhecido como “Cachaça”, teria usado um aparelho celular para fazer as ameaças. Além da execução do radialista, Gilmar também é suspeito de outros crimes, entre eles uma tentativa de homicídio na praia de Atafona, em SJB. Este é o motivo da sua 5ª prisão, em cumprimento desde 2018.
No mês passado, um mandado de busca e apreensão foi cumprido na cela de Cachaça. O celular que ele estaria usando para coagir as testemunhas foi encontrado. O fato seria o motivador da transferência do presidiário, uma vez que sua permanência em Campos, local onde já convive com outros presidiários, facilitaria a continuidade da coação de testemunhas, ainda que o preso não tenha acesso a outro aparelho celular.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou apenas que “além dos cumprimentos de mandados de busca e apreensão, revistas nas celas fazem parte da rotina das unidades prisionais”. Questionada sobre a transferência do detento para Bangu, a Seap relatou que por medidas de segurança não informa a localização dos detentos.
Gilmar é acusado de ter executado Renato Machado há mais de sete anos. O caso teve grande repercussão na mídia local, com expansão para a imprensa nacional e até internacional. Renato, que era presidente da rádio comunitária Barra FM, foi assassinado na frente da esposa e de uma sobrinha. Os três estavam chegando de uma festa, quando foram surpreendidos pelos tiros. As câmeras de segurança da emissora de rádio, que fica ao lado da casa de Renato, registraram o crime. O radialista chegou a ser levado para o Hospital Ferreira Machado, mas não resistiu.
No caso, além de Cachaça, também foram acusados de participação no homicídio João Roberta da Silva, o “João Pampinha”, que teria intermediado a negociação, e o empresário Eloy Barcelos de Almeida Lopes, que é apontada como mandante do crime. Os dois também chegaram a ser presos. Atualmente, estão em liberdade. A família do radialista cobra, constantemente, que os réus sejam julgados pelo tribunal do júri, mas até hoje não há data marcada para julgamento.