Campos registra menos mortes
26/10/2019 16:42 - Atualizado em 29/10/2019 13:51
A taxa de homicídios dolosos em Campos neste ano, até este mês de outubro, é a menor dos últimos 15 anos. Em 2019, o município já registra 127 assassinatos. Enquanto em 2004, de janeiro a outubro, foram contabilizados 104 mortes no município. Dois dois três últimos ltimos assassinatos ocorreram na mesma rua, no Parque Santa Rosa, um na última quarta e outro nesse sábado (26). Carlos Eduardo Abreu de Souza, de apenas 13 anos, foi baleado na rua Pastor Rubens Coelho e morreu no Hospital Ferreira Machado (HFM). A queda nas estatísticas foi analisada por autoridades na área da segurança pública, que atribuíram o fenômeno ao serviço de inteligência desenvolvido entre as polícias.
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), 2016 foi o ano mais violento em Campos no que diz respeito ao crime de homicídio doloso. Em abril daquele ano, chegaram a ser registradas 33 mortes e em novembro, 30. Neste ano, o mês que com mais assassinatos foi janeiro, com 23 registros. Já setembro deste ano foi o mês com o menor número de homicídios, com cinco casos registrados.
O delegado titular da 146ª Delegacia de Polícia (DP) de Guarus, Pedro Emílio Braga, atribuiu a redução dos homicídios à política de repressão em comunidades e bairros escolhidos a partir de levantamentos do serviço de inteligência. “Temos adotado a estratégia de realizar operações pontuais, e regulares, focadas em locais onde conseguimos perceber que conflitos estabelecidos entre facções rivais é a causa de pelo menos 80% dos homicídios ocorridos naquela circunscrição, e a partir desse trabalho pontual e com investigações, conseguimos chegar aos indivíduos que estão costumeiramente envolvidos em homicídios, em cada um desses bairros, nessas comunidades”, disse ao ressaltar que neste ano Guarus chegou a ficar 20 dias sem assassinatos.
Na área central, o delegado titular da 134ª DP, Bruno Cleuder, destacou que a Polícia Civil conseguiu aumentar o índice de resolução de homicídios. “Conseguimos aumentar os índices de resolução de homicídios e efetuamos várias prisões esse ano. A delegacia está em primeiro lugar em sua categoria nos índices de produtividade investigativa e em segundo lugar na produtividade operacional. Já efetuamos 79 prisões e fecharemos esse ano com 100 prisões, um resultado bastante expressivo”, declarou.
Já o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Luiz Henrique Monteiro, ressaltou que a redução de homicídios é reflexo do trabalho integrado entre as polícias Militar e Civil. “Temos trabalhado muito com análise criminal. A polícia, hoje, em especial o 8º BPM, diariamente, percorre a análise criminal, onde há foco de determinados delitos, aliado a um serviço de inteligência e de integração com a Polícia Civil. Dessa forma, nós conseguimos ter êxito na redução das letalidades violentas”, destacou.
Da mesma forma, a presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Campos, Judith Esther Farias, atribuiu a redução dos casos de homicídio às operações de inteligência traçadas na cidade. Ela destacou que o foco do conselho é receber da comunidade as denúncias e queixas do que acontece na cidade, que muitas vezes não são registradas, por isso, não entram nas estatísticas das polícias, o que, segundo ela, impediria o direcionamento de ações estratégicas.
— Os novos comandantes, que assumiram a partir desse ano, traçaram uma conduta de alinhamento de operações para que inibisse a questão do homicídio em Campos, que estava sendo considerada como a cidade mais violenta, Guarus também estava registrando mais homicídios do que outras cidades do interior do estado. A fim de facilitar o trabalho operacional e tático das polícias, o conselho promove reuniões abertas a comunidade, toda primeira quarta-feira do mês, no 8º BPM, às 9h”, pontuou.
Janeiro foi o mês mais violento em 2019 -
 Em Campos, segundo o ISP-RJ, o ano de 2019 começou com 23 homicídios dolosos registrados em janeiro, sendo o maior número registrado neste ano até então. O menor foi em setembro, com cinco assassinatos.
Em fevereiro foram 9 casos, março tiveram sete, abril e maio registraram 14 cada. Em junho houve um aumento para 19 mortes, julho teve queda para 11 e em agosto voltou a subir para 17 assassinatos.
Em 2018, foram registrados 228 casos, 57 a mais comparado a 2017, que teve 102 casos a menos que 2016.
No país, o número de homicídios também caiu para 22% em todo o país durante o primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2018. A informação foi divulgada esse mês, em Brasília, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, com base em dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp).
O resultado já havia sido parcialmente antecipado pelo presidente Jair Bolsonaro, que usou sua conta no Twitter para comemorar o que classificou como um dos pontos positivos de seu governo. Segundo o presidente, no primeiro semestre deste ano foram registrados 5.423 assassinatos a menos que no mesmo período de 2018.
Dois casos recentes na mesma rua - Em Campos, o 126º homicídio do ano foi registrado sábado, por volta das 18h, na rua Pastor Rubens Coelho, no Parque Santa Rosa. Segundo a Polícia Militar, Carlos Eduardo Abreu de Souza, de apenas 13 anos, atingido por disparos pelas costas. Ele foi socorrido por populares e morreu logo após dar entrada no HFM. Familiares aguardam a liberação do corpo no Instituto Médico Legal. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento. Na última quarta, Elias Maurício Monteiro de Almeida, de 20 anos, também foi morto a tiros na mesma rua. Os casos foram registrados na 146ª Delegacia de Polícia (DP/Guarus). Também no sábado, mas por volta de 20h10, o adolescente Carlos Daniel Rodrigues Cruz, de 17 anos, foi morto a tiros na rua 18, no Parque Santa Rosa.
No dia 22, às 18h35, Rogério Gonçalves Silva, de 26 anos, morreu no HFM, após ser baleado na cabeça e no ombro, à tarde, no Parque Eldorado, em Guarus. A Polícia Civil não informou se já há indícios da motivação, nem da autoria.
No final da tarde do dia 20, o ajudante de pedreiro Marcelo Mendes, de 33 anos, foi morto a tiros em outro crime no Parque Santa Rosa. O caso ocorreu no local conhecido como “casinhas do Nolita”. Ele era morador de Ururaí e havia sido preso há três anos por envolvimento com drogas.
No dia 12, um homem foi morto na localidade de Cupim de Poço Gordo. O crime aconteceu em uma área de matagal na rua Gervásio de Vasconcelos. Até o momento, nenhum suspeito foi localizado. De acordo com a Polícia Militar, havia uma perfuração por arma de fogo no crânio da vítima. O caso foi registrado na 134ª DP (Centro).
No dia 2 de outubro, um homem de 64 anos foi assassinado com cinco tiros na cabeça, por volta das 10h30, na rua principal da localidade de Campelo. Roberto Alves Viera transitava em sua bicicleta e um homem se aproximou em uma moto de trilha preta e efetuou vários disparos com um revólver calibre 38. O idoso morreu na hora. Após os disparos, o suspeito fugiu do local. Na ocasião, a delegada Poliana Henriques informou que o suspeito do crime é casado com a enteada da vítima.

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