Camilla Silva
09/10/2019 22:08 - Atualizado em 14/10/2019 14:09
Responsáveis pela gestão por 20 anos da Universidade Estadual Norte Fluminense (Uenf), três ex-reitores, Raimundo Braz Filho, Almy Júnior e Silvério Freitas, o atual reitor, Luis Passoni, e o reitor eleito para o próximo quadriênio, Raul Palacio, se reuniram, na noite desta quarta-feira (9), para debater ações para o futuro da instituição. Para um público pequeno, de cerca de 30 pessoas, o debate, mediado por Hamilton Garcia e Frederico Stragiotti, tratou das possibilidades de financiamento da universidade, questões sobre organização de hierarquia e a obrigatoriedade de dedicação exclusiva de professores, além na necessidade de investimento em inovação.
Raul Palacio, reitor eleito para 2020-2023, comentou matéria publicada na última segunda (7) onde os ex-reitores deixaram mensagens para a futura gestão. “Eu vou pegar todas elas com muito carinho para aproveitar todas as informações e incorporá-las ao nosso plano de trabalho”, comentou. Ele falou, ainda, sobre a importância da manutenção de uma universidade seja pública e gratuita.
Reitor da instituição desde 2015, Luis Passoni, afirmou que o principal desafio atualmente é entender e planejar o papel da universidade. “Olhando em perspectiva, mais ou menos desde 88, o país vinha seguindo uma trajetória e mais recentemente teve uma mudança muito significativa. Desde 2010, a gente vive uma realidade assustadora. Do meu ponto de vista, a universidade não existe para si mesma, ela existe dentro de um projeto de país. Na ausência de um projeto nacional, há uma ausência de informação do papel da universidade. Isso para mim é o mais grave do momento que a gente está vivendo hoje”, afirmou.
Silvério Freitas, que ocupou o cargo de reitor entre 2011 a 2015, afirmou que a universidade deve participar de órgãos de fomento a pesquisas. “Como a universidade tem que trabalhar no ensino, na pesquisa e na extensão, esses segmentos têm que ser pensados”, afirmou.
O reitor no período de 2007 a 2011, Almy Júnior, afirmou que é preciso manter o debate sobre o ensino. “A gente precisa debater a formação dos jovens que estão em nossa responsabilidade durante esse tempo. Nossas eleições são pautadas por reivindicações corporativas”, explicou.
Raimundo Braz, que esteve à frente de universidade de 2003 a 2007, falou que a universidade serve como um exemplo para a sociedade brasileira e ressaltou que é necessário manter um alto grau de exigência com os alunos da instituição. “O professor pode ser considerado ruim, mas o aluno vai agradecer depois”, defendeu.