Épico dirigido pelo cineasta Paul Thomas Anderson, o premiado filme “Sangue Negro” (There Will Be Blood, 2007) será apresentado nesta quarta-feira (30), no Cineclube Goitacá, pelo publicitário Felipe Fernandes, crítico de cinema da Folha da Manhã. O filme narra a história de Daniel Plainview (Daniel Day Lewis), um ambicioso minerador que, na passagem do século XIX para o XX, se torna um dos pioneiros na exploração de petróleo no sul da Califórnia. Sessão marcada para as 19h, na sala 507 do edifício Medical Center, situado à esquina das ruas Conselheiro Otaviano e 13 de Maio, no Centro de Campos. O longa-metragem tem duas horas e 38 minutos de duração. Entrada gratuita.
— O desejo de exibir “Sangue Negro” no Cineclube é antigo, e a escolha partiu de uma conversa sobre o diretor Paul Thomas Anderson com um amigo cinéfilo. Me peguei impactado pelas memórias das poderosas imagens do filme e das atuações de Daniel Day Lewis e Paul Dano. É um filme rico em simbolismos, e retrata uma sociedade que ficou no passado, mas reflete temas muito atuais — comentou Felipe Fernandes.
Com roteiro também assinado por Paul Thomas Anderson, a obra narra a jornada de Daniel em sua busca por poder, e tem a ambição como tema central. Ao ser abordado junto ao seu filho pelo fazendeiro Paul Sunday (Paul Dano), que deseja vender as terras da família, ele entra em conflito direto com o irmão do fazendeiro Eli Sunday (Paul Dano), um padre igualmente ambicioso que pretende construir uma igreja no mesmo terreno. O conflito entre os dois é a dinâmica do filme, que narra os percalços do início da exploração do petróleo.
— O título original, “There Will Be Blood”, numa tradução livre “Haverá sangue”, denota a violência proeminente desse período da história estadunidense, ao mesmo tempo em que traz o simbolismo com o petróleo, o sangue que jorra da terra. O filme foi indicado a oito Oscars, tendo vencido por melhor fotografia (de Robert Elswit) e por melhor atuação. O trabalho de Daniel Day Lewis é espantoso. Ele levou praticamente todos os grandes prêmios daquele ano e tem aqui uma das maiores atuações que eu já vi — pontuou o apresentador.
Além das categorias premiadas no Oscar, destacando o uso da luz natural na fotografia, Felipe Fernandes destacou também a trilha sonora, de Jonny Greenwood, guitarrista da banda Radiohead:
— É outro show à parte. Ele compõe uma trilha que causa estranheza em um primeiro momento, mas esse sentimento reforça outros elementos dentro do longa, sendo um trabalho constantemente lembrado — disse Felipe.
Não faltaram elogios ao diretor e roteirista de “Sangue Negro”.
— Paul Thomas Anderson é um de meus diretores favoritos. Um cineasta eclético em sua brilhante filmografia, PTA,como é popularmente conhecido, é um artista na maior definição da palavra. Ambicioso (assim como o protagonista aqui, mas de uma maneira saudável) e perfeccionista, é um diretor jovem, mas já reconhecido pelos grandes mestres do cinema americano. Tem em “Sangue negro” sua obra prima — enfatizou o apresentador. (M.B.) (A.N.)