O Cineclube Goitacá abre suas portas nesta quarta-feira (02) para a exibição do filme “O Terceiro Homem” (The Third Man, 1949), dirigido pelo britânico Carol Reed. O apresentador será o advogado e publicitário Gustavo Alejandro Oviedo, crítico de cinema da Folha da Manhã, que escolheu o clássico para lembrar os 70 anos de sua estreia. A sessão gratuita está marcada para as 19h, na sala 507 do edifício Medical Center, à esquina das ruas Conselheiro Otaviano e 13 de Maio, no Centro de Campos.
O roteiro se passa no ano de 1948. A cidade de Viena está ocupada pelas forças aliadas, vencedoras da guerra. Um escritor americano, Holly Martins, chega à capital austríaca para se encontrar com um amigo da infância, Harry Lime, que lhe prometeu um bom emprego. Mas, no desembarque, descobre que o amigo acaba de morrer em circunstâncias suspeitas. Em vez de retornar para os Estados Unidos, Holly decide investigar por sua conta e começa a descobrir que as atividades que Harry fazia eram bastante obscuras e infames.
— O diretor Carol Reed se destacou por este filme, mas tem uma enorme filmografia na Inglaterra. Ele consegue dar uma atmosfera expressionista a uma historia policial através da fotografia em preto e branco com alto contraste e dos enquadramentos inclinados. A cidade de Viena, semidestruída pela guerra, parece o cenário de um conto de terror. É um filme onde a maioria das cenas é noturna — disse Gustavo Oviedo.
No elenco, destaque para a atuação de Orson Welles, que embora não tenha grande participação, consegue deixar sua marca na obra.
— A intervenção de Welles no filme é pequena, de uns 10 ou 15 minutos. No entanto, sua presença é tão forte, e seu personagem tão carismático que, apesar da breve aparição, ele é a cara do filme. Seu monólogo na roda gigante virou uma das falas mais famosas da historia do cinema, que por sinal foi escrita pelo próprio Welles — comentou Oviedo. — Além de Orson, se destacam o protagonista Holly, interpretado por Joseph Cotten, e Trevor Howard no papel do major inglês Calloway — pontuou.
“O Terceiro Homem” faturou a estatueta de melhor fotografia em preto e branco no Oscar de 1951. Também foi indicado nas categorias melhor diretor, com Carol Reed, e melhor edição/montagem. Já havia sido eleito o melhor filme britânico no Bafta 1950, onde foi desbancado por Ladrões de Bicicleta (Ladri di biciclette, 1948) entre os melhores filmes de origens diversas. Faturou ainda o Grande Prêmio no Festival de Cannes em 1949.
— Em suma, se trata de um dos maiores expoentes do cinema noir, e também um dos melhores filmes feitos na Inglaterra, segundo a critica especializada — comentou o apresentador da noite. (M.B.) (A.N.)