Aldir Sales
20/09/2019 21:54 - Atualizado em 27/09/2019 17:46
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), partiu para o ataque contra o governador Wilson Witzel (PSC) e suas críticas respingaram em um ex-morador do Palácio Guanabara, o seu recente aliado Anthony Garotinho (sem partido). Os dois se aproximaram desde a eleição estadual de 2014 e, apesar de alguns sinais de desgaste na relação, nunca houve uma ruptura pública. Ao responder Witzel, que criticou a atitude do chefe do Executivo carioca que mandou recolher a edição de um quadrinho com a ilustração de um beijo gay durante a Bienal do Rio, Crivella disparou: “Já tivemos um Garotinho. Tudo o que não queremos agora é um garotão”.
A frase de Crivella foi uma referência ao período que Garotinho governou o Estado e não havia diálogo com o governo federal. O prefeito do Rio de Janeiro alfinetou Wilson Witzel por causa do recente desembarque do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, da sua base aliada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj): “Witzel decidiu antecipar a campanha (presidencial), e isso pode prejudicar o Rio no Regime de Recuperação Fiscal com a União”.
A aproximação entre Crivella e Garotinho aconteceu após o bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus desbancar o ex-governador por apenas 0,53% votos e deixar o político da Lapa de fora do segundo turno contra Luiz Fernando Pezão (MDB), que viria a ser eleito.
Durante a campanha a prefeito do Rio, em 2016, Crivella foi bombardeado pelos adversários sobre sua proximidade com Garotinho. O bispo negou qualquer interferência do ex-governador, porém, após ser eleito, o religioso nomeou Clarissa Garotinho para a secretaria de Desenvolvimento, Emprego e Inovação. A deputada chegou a se filiar ao PRB, mas desembarcou do governo em abril de 2018. Após sua saída, Clarissa criticou o ex-chefe por tirar, inicialmente, os serviços públicos para o Carnaval.