Mercado imobiliário de Campos em pauta no Folha no Ar
Paulo Renato Pinto Porto 27/09/2019 07:41 - Atualizado em 30/09/2019 14:18
O proprietário de imóveis que deseja tornar mais rentável a locação deve ler o livro “Locação Imobiliária Sob a Óptica do Negócio”, do advogado e administrador imobiliário Guilherme Domingos Cruz Rangel, a ser lançado neste sábado, às 15h, no Shopping Avenida 28. Guilherme foi o entrevistado desta sexta-feira (27) do programa Folha no Ar 1ª edição, da Rádio Folha FM, 98,3. Apresentado pelos jornalistas Aluysio Abreu Barbosa e Marco Antônio Manhães Rodrigues, o programa contou com a participação especial do empresário, diretor e blogueiro da Folha Christiano Abreu Barbosa.
Guilherme ofereceu uma dica aos investidores: a hora de comprar imóveis é agora, a um custo mais razoável para colher os resultados na fase mais aquecida da economia. “O melhor momento é agora”, recomendou.
As constantes alterações nas leis que regem o mercado, que prejudicam também os negócios imobiliários, também foram abordadas pelo autor. “Eu deixei a advocacia e passei a me dedicar mais à administração por causa desta insegurança jurídica, como agora no caso da impenhorabilidade do único bem patrimonial do fiador. A lei me diz que tenho como garantia este bem, mas agora uma decisão do Poder Judiciário decidiu que não tenho mais esse direito”, reclamou.
“Imagine quem vem de fora para investir milhões no Açu e encontra um país sem regras estáveis”, pontuou.
No livro, Guilherme divide seu aprendizado e experiências colecionadas em 30 anos de atividade profissional. “Acho que posso ajudar um pouco o mercado, o locador e o locatário, com informações e práticas importantes”.
O administrador avaliou que a maior parte dos proprietários não tem uma visão empreendedora do patrimônio imobiliário como um negócio rentável.
“Muitos não têm visão de locação como negócio, mas como um mero rendimento passivo. Por um olhar empreendedor, se pode obter um resultado muito mais satisfatório. É como quem tem uma árvore em seu quintal e não cuida. Se ele cuidar e adubar, vai colher muito mais frutas, seu quintal vai virar um pomar”, ilustrou.
Hospedagem como uma novidade no setor
O autor alertou sobre algumas novidades no mercado imobiliário que requer cuidado por parte dos locadores. “Plataformas digitais tem anunciado locações temporárias, o que tem causado muita confusão, com muita gente confundindo locação temporária com hospedagem. São figuras jurídicas diferentes”.
Guilherme lembra que a hospedagem é uma locação rápida, onde o pagamento é efetuado por diária. A locação temporária é feita mediante contrato por determinado um período.
“A locação de hospedagem não pode ser feita num condomínio residencial porque neste caso há um fluxo, um “entra-e-sai” de gente diferente no imóvel. Quando você possui um imóvel num prédio residencial, geralmente não tem o direito de explorar como hospedagem porque você está cometendo infração contratual, sujeito penalidade de multa pelo condomínio. Imagine morar um prédio essencialmente residencial, onde um apartamento de um vizinho registra um fluxo de pessoas que não se não sabe se são moradores ou não, se são hóspedes ou não...”.
Imóvel como melhor dos investimentos
Diante da crise, o mercado teve uma queda como todos outros segmentos, admite Guilherme, mas a aquisição de um imóvel continua ser o melhor negócio. Porém, sua rentabilidade, insiste, depende da ótica empreendedora do comprador.
“O melhor investimento está na cabeça investidor. O que faz a diferença é a visão de locação imobiliária sob a ótica de negócio. Se você tem um imóvel rentável, compre outro que vai multiplicar seus rendimentos. O segredo é comprar bem. Bem administrado, este imóvel vai conseguir resultados fantásticos. Mas se você compra um imóvel caro, não tem boa absorção no mercado de locação ou precisa de reformas, vai ter resultado negativo, tal qual quem compra dólar, investe no mercado de capitais ou na bolsa de valores no momento errado”.
Sobre o livro, Guilherme explica que buscou tratar do assunto através de uma linguagem fácil e acessível. Neste sábado, durante tarde de autógrafos, ele recebe representantes do setor de imobiliário e o público em geral.
“Vamos conversar sobre locação, trocar ideias e esclarecer dúvidas. Não tenho essa pretensão de dissecar a legislação, mas no livro cito leis e transcrevo alguns artigos para que as pessoas tenham uma referência da regra legal”.
Procura ainda é bem maior do que a oferta
Apesar da estagnação econômica, o volume de pessoas a procura de um lugar para morar é maior do que os imóveis construídos, observa Guilherme.
“Isso é no mundo inteiro. O crescimento populacional aumenta numa velocidade maior do que a construção e a oferta de imóveis. De janeiro a agosto, a Portal Imóveis (sua empresa) registrou 2.952 pessoas a procura de imóveis. Desses, 1.453 foram visitar o imóvel”, comentou.
A recessão econômica que atingiu o mercado leva o locador a adotar uma postura contida em razão do desemprego e da falta de dinheiro na praça. “Há quatro ou cinco anos, as pessoas pagavam 40% a mais num imóvel comercial do que hoje. Aí pergunto: por que antes o comerciante pagava 40% a mais e hoje não consegue pagar 40% a menos? Não é porque o imóvel perdeu seu potencial e se desvalorizou. É porque não há emprego. O problema do mercado imobiliário é o desemprego, o dinheiro não circula. Tem gente querendo alugar um imóvel para montar um negócio ou morar melhor, mas não consegue. No Sunset, quem alugava por R$ 1.050,00, hoje não consegue alugar por R$ 700,00 porque as pessoas não têm condições de pagar”.
A expectativa de mercado gerada pelo Porto do Açu levou a uma forte oferta no mercado imobiliário de Campos.
“As expectativas foram maiores, há mais oferta que demanda, inclusive de imóveis comerciais. Os investidores construíram para que quando o mercado necessitasse haveria o produto para oferecer”.
Confira a entrevista:
 
 
 
 

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