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Enquanto o Parque Ecológico não sai, campistas podem aproveitar Horto Municipal
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Enquanto o Parque Ecológico não sai, campistas podem aproveitar Horto Municipal
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Bosque do Hospital Manoel Cartucho foi fechado no início do ano
A secretaria de Desenvolvimento Ambiental de Campos iniciou, em maio deste ano, a primeira etapa para a construção do Parque Ecológico Municipal. O espaço será erguido em um terreno localizado na avenida Arthur Bernardes. Até o momento, foram realizados o levantamento topográfico e a construção da cerca de limitação da área, que tem 320 mil m². O secretário Leonardo Barreto informou, na manhã desta segunda-feira (9), no Folha no Ar, na Folha FM 98,3, que o parque será entregue em 2020. Enquanto o projeto não sai do papel, os campistas podem aproveitar os dias de lazer em outro local de área verde: o Horto Municipal. Até o início deste ano, Campos também contava com o bosque do Hospital Manoel Cartucho. De acordo com funcionários, o local foi fechado novamente devido à infestação de mosquitos.
A primeira etapa do processo de construção do parque, que foi publicada no Diário Oficial do município no dia 21 de maio, está em fase de finalização. O recurso destinado ao início desta obra é proveniente do Fundo Municipal de Meio Ambiente, criado para auxiliar no desenvolvimento de projetos ambientais para melhoramento ou criação de novas áreas de conservação ambiental em Campos.
“Além do recurso do Fundo, também estão sendo realizadas parcerias com a iniciativa privada para próximas fases do projeto, que conta com áreas destinadas ao lazer, esporte, além de espaços e ações de incentivo ao contato e preservação ambiental. As próximas etapas contam com construção de pórtico, centro administrativo, espaço gastronômico, entre outros que serão anunciados em breve”, adiantou a Prefeitura, em nota.
Para o ambientalista e professor Aristides Soffiati, a iniciativa para a criação do Parque Ecológico Municipal é importante: “É bastante importante porque a ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu a necessidade de área verde, em todo o mundo, de 12 m² para cada habitante urbano. Não entra aí o habitante que mora na zona rural. Mesmo assim, o município fica ainda devendo à população. De qualquer maneira, como não temos praticamente nada na área urbana, a retirada do papel de um plano colocado em prática é, de fato, um passo importante. A iniciativa é muito boa, mas tem que ter continuidade no sentido de expansão e de perpetuidade”.
O professor destacou que a cidade necessita de área verde, na qual haja preservação da natureza, impedindo o avanço da urbanização sobre estas regiões. “Um dos grandes problemas que nós temos hoje, no mundo todo é o excesso de impermeabilização do solo com cimento, asfalto, metais. Então, é importante proteger áreas dentro do meio urbano para que a natureza seja preservada”, pontuou.
Soffiati ressaltou que, apesar do passo importante dado na construção do parque, é preciso cuidar de outras áreas prioritárias, principalmente no subdistrito de Guarus. “Fiz até uma proposta de proteção das lagoas e de vegetação nativa, em uma estrutura de polígono. Eu acho que a Prefeitura deve avançar nesse tema, até porque essa questão veio à tona com mais força. Na medida em que existem governos desastrados que tratam a questão ambiental ou dizem que quem a está defendendo é de esquerda, ela retorna com mais força ainda. Está sendo discutida diariamente nos meios de comunicação. Então, é o mal que veio para bem”, declarou.
De acordo com o secretário de Gestão Pública, André Oliveira, em artigo publicado na edição do dia 13 de agosto da Folha da Manhã, a proposta inicial do município é proporcionar, por meio do Parque Ecológico, atividades culturais, educacionais, recreativas, esportivas e de lazer, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população. Outro aspecto positivo destacado pelo secretário é o desenvolvimento do comércio local, com oportunidade de geração de renda extra.
Horto Municipal tem mais de 1 mil visitas
Uma das áreas verdes da cidade, o Horto Municipal é uma alternativa para os campistas que buscam lazer em contato com a natureza. Criado em 1960, o espaço recebe, em média, 1,5 mil visitantes por mês e conta com visitas guiadas por meio das quais são apresentados o jardim sensorial, as 153 espécies de árvores, entre frutíferas e nativas, e as 55 plantas ornamentais.
Segundo a Prefeitura, o Horto é considerado um “espaço atrativo de preservação e educação ambiental, frequentado por famílias e grupos de amigos”. Além da proximidade com a natureza, os visitantes têm a oportunidade de conhecer o Espaço Verde, que abriga uma biblioteca equipada com móveis sustentáveis e livros doados, visando, também, a estimular o hábito da leitura em crianças.
“Este espaço ainda recebe visitas agendadas de grupos, escolas ou instituições, que contam com apresentações teatrais e musicais, contações de histórias, mini palestras e brincadeiras. O local também é ponto de coleta de recicláveis, onde é realizada a troca de dois sacos destes materiais por uma muda de planta nativa ou frutífera, ou dois litros de óleo por 500 ml de detergente, além de ser ponto de coleta para lixo eletrônico”, informou a Prefeitura.
Em relação às restrições, a secretária de Desenvolvimento Ambiental alerta que não é permitida a entrada de bebidas alcoólicas e som alto no local, que funciona, diariamente, das 8h às 17h, na avenida Alberto Lamego. O agendamento de visitas pode ser feito por meio do telefone (22) 98175-0109, de segunda a sexta-feira, também das 8h às 17h.
Bosque do Manoel Cartucho fechado
Fechado outra vez no início deste ano, o bosque situado na área do Hospital Manoel Cartucho, subordinado à Santa Casa de Misericórdia, permaneceu em funcionamento por cerca de dois anos, entre 2015 e 2017, sendo normalizadas as atividades em agosto de 2018. De acordo com funcionários da unidade, a suspensão da visitação aconteceu devido à infestação de mosquitos.
Em outubro de 2013, durante a gestão da então prefeita Rosinha Garotinho, havia um acordo entre a Prefeitura e a Justiça para a construção de um Parque Municipal, mas o projeto não saiu do papel e foi substituído pela abertura do bosque à população, em 2015. A iniciativa foi de representantes da junta interventora da Santa Casa.
Além da área verde, o bosque disponibilizava brinquedos para crianças e tendas de alimentação e bebidas. Em 2017, o local foi fechado, sendo reaberto apenas em agosto de 2018. Menos de um ano depois, novamente, as atividades foram encerradas. Funcionários do local informaram que aguardam a Prefeitura para realizar uma limpeza de focos de mosquito. Este seria o único empecilho para a normalização do funcionamento.
Em nota, a Prefeitura de Campos informou que já realizou “várias intervenções no espaço, como limpeza e retirada de galhos, sempre que houve a solicitação dos responsáveis. No final do ano passado, por exemplo, a superintendência de Limpeza Pública atuou com 35 funcionários e foram retirados quase 45 caminhões de resíduos. Este ano, o órgão ainda não recebeu nenhuma solicitação. Como trata-se de um espaço que não é próprio da Prefeitura, é necessário que o pedido seja formalizado para que a superintendência possa incluir o bosque no cronograma do órgão”.