Lhama se adapta à planície goitacá na Vila Manhães
Camilla Silva 05/09/2019 17:42 - Atualizado em 09/09/2019 13:40
  • Lhama na Vila Manhães

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Um filhote de cisne é chocado no ninho de uma pata. Por ser diferente dos demais filhotes, ele é perseguido, ofendido e maltratado por todos os patos e outras aves. O conhecido conto do Patinho Feio fala sobre a dificuldade humana em lidar com as diferenças, o que não encontra paralelo no mundo animal. Um exemplo disso é uma lhama que foi encontrada, nesta quinta-feira (5), vivendo com ovelhas, cabritos, vacas e cavalos, em um terreno baldio na Vila Manhães, em Campos. No local, nenhum dono foi encontrado para comentar a origem do animal e o motivo da criação.
— Ela vive aqui em meio aos outros animais, não cria nenhum problema. O dono é um senhor que vem aqui cuidar deles, mas não mora aqui perto — contou Fábio Silva, que mora próximo ao terreno.
O zootecnista, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense e doutor em Nutrição de Ruminantes, Antonio Gesualdi Júnior, afirmou que as lhamas são originárias da região dos Andes. Elas são pseudo-ruminantes, da família dos camelídeos e pesam entre 130 a 200 kg.
— Ela vive em planície também, porém nos Andes, tanto nas montanhas quanto nas planícies, o clima é mais seco do que na nossa região, que é tropical litorâneo úmido. Temperatura alta não é muito problemático para animais ruminantes, pois eles possuem boa relação entre sua superfície corporal e sua massa, além de apresentarem boa quantidade de glândulas sudoríparas e bem distribuídas nessa superfície corporal. Portanto são bem adaptados ao calor. Por último, os camelídeos são bastante eficientes no aproveitamento da água e podem passar vários dias com quantidades restritas — explicou Antonio Gesualdi Júnior.
Ainda segundo o professor, a população da Cordilheira dos Andes costuma domesticar esses animais para realizar transporte de cargas leves e também para obter lã, carne e couro. Elas são dóceis, de andar lento, mas quando irritadas cospem uma substância fedorenta.
Altitudes - O animal, acostumado com áreas de altitudes de cerca de 3 mil metros, é mais encontrados nas regiões do Peru, Bolívia, Argentina e Chile. Esses ambientes incluem planaltos e encostas das montanhas com alta incidência de geadas e precárias disponibilidade de água. Atualmente, podem ser também encontrados nos Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e alguns países europeus, apesar de não ser sua região de origem. No Brasil, há notícias de criação deste animal em Curitiba e Campina Grande.

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