Paulo Renato do Porto
25/09/2019 21:12 - Atualizado em 08/10/2019 15:39
O futebol dos tempos românticos do Campeonato Campista vai ficando pobre de personagens que marcam época com as camisas dos principais clubes da cidade. Um deles, Jarbas Gonçalves Bastos, saiu de cena na última segunda-feira após lutar contra uma enfermidade durante dois meses. Pai do lateral Léo, ex-Americano, Santos e Benfica, Jarbas Caminhão, como era conhecido, 86 anos, foi atacante de muitos gols defendendo Americano e Goytacaz.
“Meu pai era tudo pra mim. Eu me tornei jogador por causa dele. Ao final de cada jogo, ele vinha me dizer quantos cruzamentos eu tinha acertado, quantos passes e chutes errados eu havia dado. Era uma cobrança forte, mas sadia e me fez muito bem”, disse Léo.
“Era um jogador de grande presença de área e muito faro de gol. Era o atacante que nenhum zagueiro gostava de enfrentar”, disse o jornalista Péris Ribeiro.
Péris lembra que Jarbas saiu do Goytacaz após receber proposta do Americano e, na primeira decisão, incendiou o Godofredo Cruz com um gol bem no final do jogo que levou a primeira Taça de Campos para a galeria de troféus do Parque Tamandaré.
“Era um tempo de muita rivalidade, quando os dois clubes sempre buscavam tirar do rival um de seus melhores jogadores. O Americano fazia muito isso, foi buscar Chico Preto e Dudu no Goytacaz. E acertou em cheio com Jarbas que logo se identificou com o clube”.
O presidente do Conselho Deliberativo do Americano, Fábio Rangel também falou do atacante. “Eu não vi ele jogar, mas meu pai era seu amigo e falava muito dele como um dos mais importantes atacantes no futebol campista”, afirmou. No sepultamento de Jarbas, no Cemitério do Caju, parentes, amigos e torcedores dos dois clube foram lhe prestar a última homenagem.