Paulo Renato do Porto
25/09/2019 21:20 - Atualizado em 30/09/2019 14:16
Um cenário de alegria e o corre corre de crianças emolduram alguns bairros e as ruas na disputa de balas, suspiro, maria-mole, pirulito, bombom, paçoca, pé de moleque, pipoca, dentre muitas outras guloseimas. É a imagem que ainda sustenta a tradição, preservada por devotos de São Cosme e Damião que distribuem doces no dia 27 de setembro em que se comemora os santos gêmeos. Em Campos, o comércio especializado também festeja o aquecimento das vendas no período.
Na região do Mercado Municipal, casas como o Esquinão dos Doces registram movimento diferenciado a esta época do ano, não sem algumas ressalvas. “Nos últimos anos essa tradição caiu muito, mas não posso reclamar porque está dentro de nossas expectativas”, disse o proprietário Gilson Soares de Souza.
“Mas há uma expectativa ainda maior para amanhã. Existe aquela história de que o brasileiro deixa tudo para a última hora e vamos ficar na torcida para que aconteça o mesmo este ano”.
O período entre setembro outubro é também aquecido pelas vendas no Dia das Crianças. Assim, o estoque das lojas especializadas começa a receber reforços para atender toda a demanda que surgir durante os dois meses, que faz do bimestre uma etapa do ano mais rentável para o setor. “Fizemos algumas contratações temporárias para este período até 12 de outubro. O movimento tem sido muito bom como ocorre sempre neste período. Mais cedo isso aqui mais parecia um formigueiro de tanta gente”, disse a gerente da loja Ki Doces, na Rua Tenente Coronel Cardoso (Formosa).
Entre os devotos dos santos gêmeos, a doméstica Elizabeth de Cássia, montava os saquinhos de doces e bolos que distribui na sua casa, no bairro do Caju.
“É uma tradição de família, que vem de meus pais e em procuro manter. Faço minhas orações, para que meus netos e todas as crianças tenham toda proteção porque a criança traz uma energia muito boa, muito pura. E eles são o futuro do nosso Brasil, não é isso?”, explicou dona Elizabeth.
Outro devoto, o empresário Carlos Jorge Fonseca Silva, Parque Nova Brasília, comprava sacolas de doces para fazer a alegria da criançada em seu bairro. "Sou devoto e procuro manter essa tradição que não pode morrer", afirmou.