Coagro com áreas do Grupo Othon
Paulo Renato do Porto 14/09/2019 16:25 - Atualizado em 20/09/2019 13:34
A busca da revitalização do setor sucroalcooleiro da região ganha mais um importante reforço. Na última sexta-feira, a Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro) e o Grupo MPE anunciaram a concretização do arrendamento de 6 mil hectares de terras do Grupo Othon, que controlava as antigas usinas Cupim e Barcelos, hoje desativadas.
Os presidentes do MPE e da Coagro, respectivamente, Renato Abreu e Frederico Paes, estiveram reunidos na sexta no Rio e acertaram de vez o negócio por um prazo de nove anos após dois anos de litígio entre o Othon e a Destilaria Canabrava, que ex-arrendatária das terras, que ficam localizadas nas regiões de Ururaí, Travessão, Goitacazes e Barcelos.
Foi necessário o cumprimento de um mandado de imissão de posse por determinação do juiz Heitor Campinho, da 5ª Vara Cível de Campos, confirmando decisão anterior favorável à Coagro, por unanimidade, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Uma vez destravado o imbróglio após a confirmação da decisão judicial, terá logo início a preparação das terras para o plantio de 100 mil toneladas de cana, num primeiro momento, com a geração imediata de 500 empregos diretos.
— E a imediata geração de 500 postos de trabalho será muito importante porque justamente neste período as usinas paralisam suas atividades com o fim da safra. Com mais cana, a safra será prolongada, reduzindo o período de sazonalidade — disse Frederico Paes.
Numa segunda etapa, as estimativas apontam para o cultivo de mais 400 mil toneladas e a possibilidade de acelerar o processo de reativação da Usina Paraíso a partir de um projeto de irrigação de R$ 30 milhões, cujo projeto será encaminhado nos próximos dias ao governador Wilson Witzel, que se comprometeu a materializar a proposta quando esteve em Campos este ano no mês de maio.
— Este deve ser o primeiro passo para reativar a Paraíso com a estimativa de 2,5 milhões de toneladas de cana, sendo 1,7 milhão para a Coagro, cabendo outras 800 mil toneladas à Paraíso. Mas esta meta só será cumprida com este sistema de irrigação. Terras não faltam para o plantio, falta a irrigação que virá e o produtor de cana se engajar neste projeto, porque os preços da cana estão bem razoáveis. Com a força do etanol, a rentabilidade da cana é maior do que na pecuária ou outras atividades — explicou Abreu. 
Pronto, projeto de irrigação espera Witzel
Considerado de fundamental relevância para a retomada do projeto de revitalização do setor, o projeto de irrigação para a lavoura canavieira está pronto, montado por técnicos de universidades, órgãos de pesquisa, associações e sindicatos.
— O projeto iria ser apresentado esta semana ao governador, chegamos a marcar uma audiência com o governador Wilson Witzel, mas ele teve que sair para uma emergência e o encontro foi cancelado, ficando de ser remarcado para um outro dia — disse Frederico.
O governador Wilson Witzel esteve em Campos, em maio deste ano, quando anunciou recursos da ordem de R$ 30 milhões, através da Agerio (Agência de Desenvolvimento do Rio), para financiar projetos de irrigação e revitalização dos canais da Baixada Campista, a fim de fortalecer a lavoura canavieira da região. Witzel participou do RioAgro Coop, seminário sobre o agronegócio realizado na Coagro, em Sapucaia. 
Renato Abreu adiantou ainda que tem mantido tratativas com um grupo de empresários chineses dispostos alocar investimentos para produção de energia solar.
— Já estamos providenciando licenciamento para começar janeiro um parque de produção de 5 mil megawatts de energia — afirmou ainda Abreu.
O presidente do Grupo MPE com a Coagro este ano anunciou também uma parceria com a família Coutinho, que controla a Paraíso a fim ampliar a produção de cana com a incorporação das terras da unidade industrial localizada no distrito de Tocos.
 
 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS