Sexta-feira cultural
Matheus Berriel 19/09/2019 18:24 - Atualizado em 25/09/2019 14:19
Divulgação
O fim de semana cultural será marcado por grandes eventos em Campos. Nesta sexta-feira (20), destaque para três atrações. Às 19h, o historiador e escritor Aristides Soffiati lançará seus dois novos livros no Museu Histórico. São eles: “O Norte do Rio de Janeiro no século XVI à luz da história mundial e da eco-história” e “Introdução de espécies exóticas no Norte do Rio de Janeiro — Apontamentos de eco-história”. Às 20h, o Teatro de Bolso Procópio Ferreira receberá a estreia da peça “Diadorim, o ser em labirinto”, que fecha a trilogia “O Avesso da Mulher”, escrita pela professora Arlete Sendra. Entradas a R$ 30 e R$ 15 (meia). Também às 20h, o cantor, compositor e violonista João Bosco fará show no Teatro Firjan Sesi. Os ingressos estão esgotados.
Aos 72 anos, Aristides Soffiati chega ao 21º e 22º livros publicados.
— Fico muito contente em poder lançar ambos os livros. Mais feliz ainda por estar contribuindo com a história da região. Em minhas obras busco sempre compreender os assuntos, pesquisar e depois explicá-lo, para assim conseguir repassar a todos — disse o historiador, que pretende fazer com que suas produções sirvam como material de estudo para futuras pesquisas relacionadas aos temas.
De acordo com o autor, durante o século XVI, a região Norte do que viria a ser o Rio de Janeiro conheceu apenas uma tentativa de colonização europeia, promovida por Pero de Góis na margem direita do rio Itabapoana, junto à foz. Donatário da Capitania de São Tomé, ele fundou a Vila da Rainha e o porto de Limeira em 1538. A iniciativa teve vida curta. A região ficou abandonada até 1632, quando chegaram os Sete Capitães, iniciadores de uma colonização contínua. Enquanto isso, os europeus fundaram colônias nas quatro partes do mundo. Eles chegaram até o Japão, as Filipinas, a Índia e a Malaca. De São Paulo a Pernambuco, vários núcleos europeus foram fundados e continuaram a existir.
No livro “O Norte do Rio de Janeiro no século XVI à luz da história mundial e da eco-história”, Soffiatti tenta arrancar dos arquivos as poucas informações da região estudada, no propósito de verificar os motivos de desinteresse por ela no século XVI. A obra reúne ensaios sobre a formação geológica, as espécies nativas de vegetação e de animais, os povos indígenas que primeiro chegaram à região e a única tentativa oficial de fundar uma colônia portuguesa. As fontes mais informativas são as cartas náuticas. Restaram também poucas informações de viajantes, que temiam pôr os pés no continente por causa dos povos indígenas que a habitavam, conhecidos como o “povo mais cruel do mundo”.
Em relação à “Introdução de espécies exóticas no Norte do Rio de Janeiro — Apontamentos de eco-história”, o desenvolvimento do tema se dá desde a expansão marítima, com os europeus espalhando vírus, bactérias, protozoários, fungos, plantas e animais pelo mundo. Espécies europeias foram trazidas para o Brasil, e as da América os europeus levaram para a África e Ásia. O Norte e o Noroeste Fluminense não ficaram de fora.
— Embora estejamos cercados na América, no Brasil e no Norte-Noroeste fluminense por organismos de procedência europeia, africana e asiática, nossa convivência secular com eles nos leva a acreditar que a maioria tem uma origem nativa. Não é de se estranhar que especialistas e leigos conheçam mais espécies exóticas do que nativas. A maioria da população brasileira nunca viu um exemplar de peroba-de-campos, de tamanduá-bandeira ou de lontra, entre tantas outras espécies nativas, nem mesmo encarceradas em zoológicos, onde é mais comum exibirem elefantes, tigres, leões, panteras, camelos, rinocerontes, hipopótamos, etc. À medida que as espécies nativas foram sendo eliminadas e expulsas para lugares remotos, espécies exóticas foram tomando seus lugares e passaram a integrar nosso cotidiano — explicou o autor no resumo de “Introdução de espécies exóticas no Norte do Rio de Janeiro -— Apontamentos de eco-história”
Diretora do Museu Histórico, Graziela Escocard comentou a importância do trabalho desenvolvido pelo historiador. “É um privilégio recebermos no Museu o lançamento das novas obras do escritor Arthur Soffiati. Sabemos o quanto suas pesquisas são importantes para a historiografia de nossa região e apreciamos muito sua trajetória de estudos regionais”, disse.
Inspirada no clássico “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, da história considerada por muitos um clássico universal, Arlete Sendra fala no texto da peça “Diadorim, o ser em labirinto” sobre Riobaldo e Diadorim, “prisioneiros de um amor que amor foi sem direito a ser”. A sinopse da montagem tem foco no personagem andrógino Diadorim, que “vive em redemunhos” a experiência do absurdo. E dentro desta estranha experiência, conhece a morte. E o sertão que flui, reflui, deflui e conflui, sempre o mesmo em outro, guarda as úmidas cinzas de Diadorim, por Riobaldo orvalhadas. Em cena, Adriana Medeiros. A direção é de Fernando Rossi. Também haverá apresentações no sábado (21), domingo (22) e mais três no próximo fim de semana, sempre às 20h.
No Teatro Firjan Sesi, João Bosco apresentará o show solo do álbum “Mano que zuera”, que em 2017 trouxe músicas inéditas oito anos após o lançamento de “Não vou pro céu, mas já vivo no chão”. Para o violonista e compositor mineiro, o ineditismo de uma canção está ligado às muitas possibilidades que ela tem de se reinventar. “Mano que zuera” foi composto em meio à homenagem da Academia Latina da Gravação, que concedeu a João Bosco o Prêmio à Excelência da Obra, parte importante das celebrações do Grammy Latino 2017.
Começa nesta sexta e vai até domingo, no Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop), a quinta edição do Moto Campos, encontro de motociclistas com apoio da Prefeitura. Nesta sexta, a partir de 18h, shows de Advento (Rock Gospel), Sexta Nação, Produto do Rock, com participação de Edu Homes, e Road Rock. No sábado, a partir de 13h30: Planeta Bar, Rafael Redgrave, Betinho Assad (especial Celso Blues Boy), Tributo a Queen, Guns N’ Roses Cover e Doctor Driver. Domingo, também com início às 13h30: Riders Machines, Simetria Rock e Afins, Jack Dirty Blues, Mr Brow e Cazuza Cover.
O Teatro Municipal Trianon receberá neste sábado, às 21h, o show “Viva Caymmi”, com o cantor e compositor Danilo Caymmi homenageando os 105 anos de nascimento de seu pai, Dorival Caymmi, falecido em 2008. Participação especial do cantor e compositor campista João Damásio. Os ingressos estão sendo vendidos no site megabilheteria.com e também na bilheteria do Trianon pelos valores de R$ 80 e R$ 40 (meia).
Também no sábado, o Centro de Convenções da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) Darcy Ribeiro será palco do Encontro de Coros de Campos. Marcado para as 18h, o evento reunirá nove corais. Entrada franca.
Terá início neste sábado o Seminário cultural da Academia Pedralva Letras e Artes . A primeira palestra vai ser do Aristides Arthur Soffiati, às 16h, sobre o tema “Os primórdios da Semana de arte Moderna de 1922”. Local: Museu Histórico.

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