Setembro Vermelho alerta sobre doenças cardíacas
17/09/2019 18:04 - Atualizado em 25/09/2019 14:18
Cardiologista Mirza Kury
Cardiologista Mirza Kury / Genilson Pessanha
Setembro é um mês importante para os profissionais da saúde e pacientes de determinadas doenças. Além da campanha Setembro Amarelo, que alerta sobre os números alarmantes do suicídio e conscientiza sobre o a depressão, existe ainda o Setembro Vermelho, voltado a informar o público em geral sobre a importância de prevenir e/ou tratar as doenças cardíacas, que, de acordo com a cardiologista Mirza Sampaio Peres Kury, mata cerca de 17 milhões de pessoas anualmente em todo mundo. Devido à falta de estatísticas concretas no Brasil, os profissionais se baseiam nos números dos Estados Unidos, onde cerca de 500 mil pessoas morrem por ano pelo mesmo motivo, praticamente a população inteira de Campos. Em nosso país, há uma estimativa de que a cada três mortes causadas por alguma doença, uma esteja relacionada ao coração.
 
 
 
— O Setembro Vermelho, que coincidiu com o mês escolhido para a conscientização contra a doença depressiva, é também um mês de conscientização contra as doenças cardíacas — disse Mirza. Segundo ela, a campanha nacional começou a aproximadamente há cinco anos. — É uma maneira de se fazer uma maior divulgação, um maior alerta no sentido das doenças cardíacas — pontuou.
O Setembro Vermelho se junta ainda a outras importantes campanhas anuais, como o Outubro Rosa e o Novembro Azul. “Essas doenças, tanto o câncer de mama, como o câncer de próstata, assim como as doenças cardíacas, são muito prevalentes. Em relação às outras, a doença cardíaca ainda é mais prevalente, porque é a que mais mata no mundo”, comentou a médica.
Entre os alertas, Mirza cita a doença obstrutiva da coronária, popularmente conhecida como infarto, principal causador de morte de pessoas entre 40 e 65 anos por doença cardíaca. Segundo a médica, a doença coronariana pode estar relacionadas a vários fatores, entre eles o estilo de vida, associação com doenças como diabetes, aumento de colesterol e triglicerídeos, além de aumento de peso e sedentarismo.
— Deveria ser uma doença do envelhecimento, porque está relacionada a depósito de placas de colesterol dentro da coronária. Então, se ela ocorre de uma maneira precoce, é porque é extremamente agressiva. E aí acaba levando à mortalidade aumentada nessa faixa etária, onde não deveria existir tanta morte, principalmente hoje, que a sobrevida nossa aumentou muito — afirmou.
Para todas as pessoas com mais de 40 anos, é recomendado fazer um chek-up anual, mas o público jovem também não está isento da necessidade de avaliação médica. Sintomas aparentemente simples, como uma dor de cabeça contínua, podem estar ligados à hipertensão. Portadores de diabetes formam um grupo de risco elevado a ter alguma doença cardíaca.
— Pessoas chegam até nós e falam que têm 50 anos, mas nunca foram ao médico. Chegam absurdos, pessoas que praticam exercício físico, exigem muito do coração e nunca fizeram uma avaliação. E existem patologias cardíacas que são agravadas com o exercício físico. Isso eu acho pior ainda. Há uma necessidade de conscientização. Não é porque você faz exercício físico, porque nunca sentiu nada ou porque não há um histórico familiar que você não tem problema cardíaco. É um fator importante não ter o histórico familiar, mas não é o suficiente, porque há outros fatores — enfatizou.

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