Aldir Sales
02/08/2019 17:46 - Atualizado em 16/08/2019 14:20
Ex-subsecretário de Governo na gestão da ex-prefeita Rosinha Garotinho, Thiago Calil foi oficialmente exonerado da chefia de gabinete do vereador Paulo Arantes (PSDB). A publicação saiu no Diário Oficial de ontem. Calil foi condenado a 25 anos de prisão, em primeira instância, pelos crimes de estupro, associação criminosa, submissão de criança/adolescente à prostituição/exploração sexual e cárcere privado no caso que ficou conhecido como “Meninas de Guarus”, além de possuir outra sentença por compra de votos em 2008 na operação Cinquentinha. A nomeação causou grande polêmica e fez com que o tucano decidisse voltar atrás.
Com salário base de R$ 4.511,05, Thiago Calil ficou nomeado como chefe de gabinete por 15 dias e ainda terá direito a cerca de R$ 2.255 mais a rescisão pelo tempo que ficou na Câmara Municipal de Campos.
A nomeação de Calil aconteceu em 18 de julho e, uma semana depois, Arantes protocolou o pedido de exoneração. A coluna Ponto Final informou, no dia 19 de julho, que o presidente da Câmara, Fred Machado (Cidadania), chegou a conversar com Paulo Arantes sobre a nomeação de Thiago Calil, tão logo recebeu seu requerimento. Ele avisou ao colega que aquilo iria gerar reações da sociedade. Mas como a Lei da Ficha Limpa aprovada para servidores do Legislativo só impede a contratação de condenados em decisão colegiada de segunda instância, o que não é o caso de Calil, a procuradoria da Casa teria que aceitar sua nomeação.
Arantes chegou a falar que não existia ilegalidade na nomeação e que Calil “se envolveu nisso (Meninas de Guarus), junto a várias outras pessoas, por estar no lugar errado, na hora errada”.
No entanto, após a repercussão, o tucano divulgou uma nota oficial onde diz que tomou conhecimento da dimensão das acusações contra Calil e resolveu exonerar o ex-subsecretário de Governo. “Diante dos fatos e, principalmente, do meu respeito à população campista, não poderia deixar de me pronunciar sobre uma atitude que tomei inadvertidamente. Assim que tomei conhecimento detalhado sobre o fato, de imediato revi da decisão, seguindo à risca minha consciência e meus princípios de família. Trata-se da nomeação para a chefia do meu gabinete, de Thiago Calil, um conterrâneo do meu querido distrito de Vila Nova, onde nasci, me criei e tenho laços de amizade. Na época em que aconteceram os fatos com ele, eu seguia minha vida como comerciante que sou até hoje, além de pessoa que, como cidadão comum, sempre esteve atendendo, na medida do possível, aos anseios das comunidades. Soube, sim, de toda a história, mas sem tomar conhecimento de sua dimensão. Além disso, atrelado a laços de amizade e baseado na Lei da Ficha Limpa do Legislativo, assinei a nomeação, que já foi desfeita. Sigo com minha consciência limpa de que fiz o certo”.