Camilla Silva
31/08/2019 18:15 - Atualizado em 04/09/2019 13:15
As obras de construção da sede própria do Hemocentro Regional de Campos, o HemoCampos, que começaram em junho de 2016, estão mais distantes da conclusão. Foi publicado, no Diário Oficial, um termo de rescisão do contrato entre o município e a empresa Imbeg, que foi vencedora da licitação para a execução do projeto. Até o momento, foi realizado estaqueamento do terreno e escavação do subsolo, o que equivale apenas 9% do total da obra, segundo o Ministério da Saúde. A atual unidade funciona em um espaço de 310 metros quadrados. Já o novo teria 7.886 m². O custo total da obra é de R$ 20,8 milhões, sendo R$ 10,5 milhões do governo federal e R$ 10,3 milhões de contrapartida municipal. Por baixa de doações, o Hemocentro Regional, que funciona no Hospital Ferreira Machado, informou que o estoque voltou a ficar crítico e está atendendo apenas emergências.
A secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana informou que empresa desistiu de dar continuidade da obra e que, agora, será preciso uma nova licitação, ainda sem data prevista. “O projeto de construção da nova unidade passou por readequação devido a questões orçamentárias”, complementou. A Imbeg foi procurada, mas até o fechamento desta edição não se manifestou sobre o assunto.
A Folha da Manhã questionou quais modificações aconteceram no projeto, mas não houve resposta. No projeto original estava previsto a construção de três andares, envolvendo área para atendimento aos candidatos à doação de sangue, captação de doadores, pré-triagem hematológica, triagem clínica, coleta de sangue total, coleta de hemocoponentes automatizada (coleta por aférese), estocagem de hemocomponentes, sala para transfusão ambulatorial, consultório para atendimento a doadores inaptos, setor de fisioterapia, consultórios para atendimento ambulatorial hematológico, consultório para atendimento farmacêutico, sala de exames e demais dependências administrativas e de apoio.
A unidade de Campos é o 2º maior Hemocentro do Estado do Rio, ficando atrás apenas do Hemocentro Coordenador Hemorio. O Hemocentro produz em média 2500 hemocomponentes/mês entre concentrado de hemácias, plasma e plaquetas, provenientes das aproximadamente 1300 bolsas de sangue/mês coletadas. Para isso coletamos diariamente 35 a 45 bolsas em média, quando nossa necessidade para atender a todos os pedidos de todas as instituições seria coletarmos 70 bolsas/dia.
Referência no Norte e Noroeste Fluminense
O Hemocentro Regional de Campos atende 18 municípios do Norte e Noroeste Fluminense. Ao todo, ele atende 25 unidades hospitalares, sendo 13 em Campos, entre eles: Hospital Geral Unimed, OncoBeda, Hospital Geral Doutor Beda, Maternidade Lília neves, Centro de Pediatria Lilia Neves (Ceplin), Pro-Rim, Pronto Cardio, Hospital Geral de Guarus, Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos, Hospital Plantadores de Cana, Santa Casa de Misericórdia, Hospital Escola Álvaro Alvim e o Hospital Ferreira Machado.
Os laboratórios de sorologia, imuno-hematologia e de produção do Hemocentro de Campos possuem equipamentos de última geração totalmente automatizados o que dá uma maior qualidade e segurança nos hemocomponentes produzidos.
Segundo o município, a unidade também é referência no tratamento de coagulopatias como a hemofilia, fazendo a distribuição dos medicamentos provenientes do Ministério da Saúde para os pacientes da região.
A Unidade de Coleta Móvel que percorre os municípios vizinhos, as localidades mais distantes de Campos fazendo coleta. Atende também solicitações de empresas, universidades, igrejas, associações e outras instituições que desejam fazer campanha de doação com seus membros. A Unidade de Coleta Móvel tem um papel muito importante na captação de doadores, e hoje sua coleta representa 20% da coleta total do Hemocentro.
Baixa no estoque gera suspensão de cirurgia
O Hemocentro informou que teve baixa no número de doações esta semana, uma média de 30 bolsas por dia quando a necessidade é 70/dia. “As cirurgias eletivas ficam suspensas, sendo liberadas apenas se o paciente tiver algum agravamento do quadro. O Hemocentro precisa de todos os tipos sanguíneos, mas o tipo O negativo é o mais necessário- considerado doador universal. A direção do hemocentro segue mantendo contato com doadores, através de mensagem ou ligação para o celular, para que se mobilizem a doar, além de viabilizar a ida da Unidade de Coleta Móvel a diversos locais como município vizinhos e instituições interessadas”, acrescentou.
A técnica em enfermagem Léria Nunes é doadora há 14 anos. “Em penso que é uma forma simples, rápida e gratuita de ajudar outras pessoas. Lembro que foi uma das primeiras coisas que fiz quando completei 18 anos. E realmente ajuda. Hoje, trabalhando na área de saúde, vejo, na prática, quantas vidas são salvas através desse ato”, afirmou.
Para doar sangue e ajudar a salvar vidas, deve-se seguir as seguintes orientações: ter entre 16 e 69 anos (menores devem apresentar autorização assinada pelo responsável), mais de 50kg, não estar em jejum, não ter ingerido alimentos gordurosos nas últimas três horas nem bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores, evitar fumar ao menos duas horas antes e ter feito repouso mínimo de seis horas na noite anterior.
O Hemocentro funciona todos os dias, inclusive finais de semana, no Hospital Ferreira Machado, que fica situado na Rua Rocha Leão, n° 2, no bairro Caju. O horário de atendimento é de 7h às 18h.