Arnaldo Neto e Daniela Abreu
23/08/2019 10:25 - Atualizado em 26/08/2019 13:28
O Sindicato dos Médicos de Campos (Simec) realizou mais uma assembleia na noite dessa quinta-feira (22) e decidiu pela manutenção da greve da categoria, deflagrada desde 7 de agosto. Os vereadores de oposição Josiane Morumbi (PRP), Cabo Alonsimar (PTC) e Eduardo Crespo (PR) estiveram no encontro, que aconteceu na Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia. Os profissionais cobraram, como adiantou a coluna Ponto Final, quatro pontos por parte da Prefeitura: melhores condições de trabalho, com reposição de insumos e medicamentos; previsão de pagamento dos outros 50% de gratificações e substituições; direito a férias; e mudanças no atendimento ambulatorial, com foco na produtividade. A informação foi divulgada no blog do jornalista Arnaldo Neto, hospedado na Folha 1. Na manhã dessa quinta, a mudança na direção do Hospital Ferreira Machado (HFM) foi confirmada pelo médico Pedro Ernesto Simão, atual diretor, que alegou motivos pessoais e pelo secretário de Saúde, Abdu Neme, que nomeou uma junta médica para gerir a unidade por 30 dias.
Presidente do Simec, José Roberto Crespo vê a necessidade de debater com maior profundidade os 14 pontos do pacto pela Saúde proposto pelo prefeito Rafael Diniz (Cidadania) no início da semana. Crespo também observou que não houve retorno da Prefeitura quanto à contraproposta enviada pelo sindicato na semana passada.
Segundo assessoria do Simec, nessa quinta, houve uma reunião com o Ministério Público para reforçar, também com fotos, as denúncias e há dois inquéritos, um quanto as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e outro quanto aos dois hospitais do município, mo órgão. Ainda segundo a assessoria, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremej) também deverá enviar ao MP o relatório da vistoria nas unidades.
Na assembleia, o vereador Eduardo Crespo teve direito a fala e se colocou à disposição dos médicos, ressaltando a importância da participação deles na audiência pública da Saúde, que vai acontecer na Câmara, ainda sem data definida. Crespo, votou contra a convocação da audiência, mas disse que sua postura foi de “repúdio”.
Secretário de Saúde de Campos, Abdu Neme comentou na manhã da última quarta (21), sobre as propostas do pacto da Saúde de Rafael. Médico, Abdu concorda que alguns pontos têm de ser discutidos caso a caso. Ele também afirmou que “a saúde pública é um desafio para qualquer governo, com dinheiro ou sem. O que não podemos deixar é que a população, principalmente a mais pobre, sofra com isso”.
Mudança — O pedido de exoneração de Pedro Ernesto Simões foi feito na quarta (21). Ele confirmou que pediu o afastamento da direção do Ferreira Machado, “por motivos pessoais”. “Ainda respondo pela direção do hospital até que a exoneração seja publicada. Não participei de nenhuma reunião, não sei quem será o novo diretor. Hoje [quinta] estou no Ferreira, assumi o plantão”, comentou.
Já Abdu disse que está realizando um levantamento na estrutura do HFM nesta semana. Estão sendo realizadas diversas reuniões com responsáveis por setores da saúde e nos próximos dias, será publicada em Diário Oficial do Município, a nomeação de uma comissão de médicos para gerir a unidade no período de 30 dias
— Estou abrindo mais uma enfermaria, com oito leitos. Tomaremos medidas que precisaremos da ajuda de todos — afirmou Abdu, acrescentando que, apesar da greve, os médicos estão empenhados em oferecer bom atendimento na rede pública.
Ainda de acordo com o secretário de Saúde, uma medida a ser adotada é ligar para os municípios vizinhos e solicitar que nem todos os casos sejam enviados para o HFM. Abdu citou também a necessidade de um levantamento sobre as questões de insumos e obras, salientando que a licitação do Hospital Geral de Guarus (HGG) já está em andamento.
Sobre a greve dos médicos, Abdu defendeu o diálogo constante com a categoria e a análise profunda e detalhadas das propostas do sindicato, como a do pacto da Saúde proposto pelo prefeito Rafael Diniz (Cidadania).