Camilla Silva
03/08/2019 15:39 - Atualizado em 07/08/2019 14:09
Conhecer para preservar. O Governo do Estado criou um programa para tornar as áreas de conservação em destino turístico. Locais, que já são abertos ao público fazem parte, agora, de um programa do governo, para torná-los destinos turísticos. Atualmente, o Rio de Janeiro conta com 11 parques estaduais administrados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão vinculado à secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade. Dois deles ficam na nossa região: o Parque Estadual do Desengano, que abrange os municípios de Campos, Santa Maria Madalena e São Fidélis, e o Parque Estadual Lagoa do Açu, que fica no limite entre Campos e São João da Barra.
Os parques são procurados pelas paisagens e por serem referências para a prática de esportes e atividades de aventura. Trilhas, travessias, ciclismo, escaladas, mergulho e voo livre. Estes são apenas alguns exemplos de atividades em que o visitante interage com a biodiversidade e as belezas naturais preservadas.
O incentivo para popularização dos parques é importante, segundo o ambientalista Aristides Soffiati. “Eu mesmo moro aqui há muitos anos, lido com a questão ambiental há 41 anos e só fui conhecer recentemente a Lagoa do Açu. Fui navegar duas vezes, eu fiquei maravilhado com a existência de um lugar tão protegido, tão bonito”, afirmou. Mas ele defende que é preciso fiscalização para que as regras do local sejam respeitadas.
— É possível a visitação, desde que respeitado o plano de manejo que faz o zoneamento. Abrir toda a unidade não pode. Em certos lugares, onde os animais se concentram, sobretudo animais terrestres, não pode haver visitação para perturbação, tem de ter visitação para preservação. A arrecadação de recursos financeiros com esse tipo de visitação, acredito que é isso que deve acontecer, todo valor que for recebido deve ser revertido em benefício da própria unidade. Isso é necessário para a manutenção do local — completou.
O termo de cooperação une as pastas em prol do reconhecimento das ações sustentáveis desenvolvidas pelos escoteiros, bandeirantes, clubes de desbravadores, clubes de montanhistas, guias de turismo e associações de condutores especializados em ecoturismo e turismo de aventura, e tem o objetivo de investir na manutenção de destinos de ecoturismo e na qualidade da experiência do visitante, em especial nas unidades de conservação estaduais.
De acordo com o documento, o Inea, órgão vinculado à Seas, criará o Voluntário Guardião, no âmbito do Programa Voluntário Ambiental. Os guardiões participarão de diversas atividades nas unidades de conservação, como ações de educação ambiental – que engloba a realização de pesquisas, palestras e oficinas –, além da prestarem informações aos visitantes e promoverem manutenção de trilhas. Em contrapartida, a secretaria de Turismo vai divulgar os parques estaduais como destinos turísticos, prospectar novos interessados do setor em participar do Voluntário Guardião, e disseminar as informações das atividades realizadas pelos guardiões.
Segundo a Secretaria de Estado de Turismo, as duas pastas estão iniciando a preparação de um plano de trabalho para avançar com os benefícios desta ação. “Em até 60 dias será possível informar mais detalhes a respeito do andamento do projeto”, informou.
Acordo foi assinado entre secretarias
O acordo de cooperação foi assinado nesta semana entre as Secretarias de Estado de Turismo e Ambiente e Sustentabilidade. Para a secretária Ana Lúcia Santoro, o ecoturismo e o turismo de aventura, quando desenvolvidos de maneira adequada, contribuem para a preservação dos recursos naturais, pois são meios de educação ambiental, e permitem a integração e desenvolvimento econômico das comunidades locais em áreas de preservação, gerando empregos e renda.
— Nosso foco é a sustentabilidade, tanto ambiental quanto econômica das nossas unidades de conservação — acrescentou Santoro.
O secretário Otavio Leite destacou os programas que já vêm sendo desenvolvidos nas unidades de conservação estaduais, como o Vem Passarinhar, Vem Pedalar e Vem Caminhar, e o potencial a ser explorado nesses locais de acordo com suas características e vocação regional.
— Os produtos existem. A questão é levá-los ao mercado turístico para cada vez mais pessoas entendam que aqui no estado do Rio temos essas opções — explicou.