O Ministério do Turismo (MTur) iniciou na semana passada uma série de debates e estudos para preparar um diagnóstico completo sobre a mobilidade no Brasil. A intenção é saber quais os gargalos e as necessidades de cada modal de transporte, seja ele fluvial, aéreo, ferroviário ou rodoviário, para traçar um planejamento de ações e desenvolver políticas públicas mais eficientes ao cidadão. Com isso, o Governo Federal pretende melhorar a infraestrutura em transporte, qualificar o serviço oferecido e aumentar o fluxo turístico, contribuindo para fomentar a economia, gerar desenvolvimento e empregos. O grupo será composto por representantes do MTur, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), da Secretaria de Aviação Civil (SAC), de universidades federais e especialistas do setor.
Para o secretário nacional de Integração Interinstitucional do MTur, Bob Santos, o resultado é focado nos ganhos que a iniciativa trará ao desenvolvimento não só do turismo, mas do país. “O trabalho em conjunto para a troca de dados e informações em prol de uma política pública de mobilidade turística eficaz no Brasil é uma iniciativa inovadora a nível federal. Queremos envolver todos os atores responsáveis no projeto para expandir e qualificar o acesso ao turismo em todas as regiões do país, dar ao cidadão um transporte digno e que realmente funcione”, destacou.
Santos ainda complementou que o diagnóstico servirá para melhorar o mercado de transporte no Brasil: “Precisamos da concorrência para sermos eficientes”.
À frente do projeto, a coordenadora de Políticas e Ações Integradas do Ministério do Turismo, Thais Moura, afirmou que há um gargalo enorme no mapeamento da mobilidade turística brasileira.
— Os destinos, as conexões, as linhas interestaduais e os nichos de mercado são um campo ainda inócuo e não conhecido pelos agentes públicos. Saber usar este segmento trará ganhos sociais e econômicos extremamente positivos para a sociedade. O Ministério do Turismo precisa saber a realidade. Precisamos mapear para propor planos de desenvolvimento que realmente melhorem o acesso dos turistas, passageiros e cidadãos a qualquer tipo de transporte. É uma pauta de inclusão social — destacou a coordenadora.
Especialista na área de transporte, engenharia e mobilidade há mais de 25 anos, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Respício do Espírito Santo esteve em Brasília e participou das rodadas de debates e reuniões com todas as instâncias federais envolvidas no projeto, do qual ele também fará parte. Para o professor, a convergência de conhecimentos e experiências traz uma visão mais estratégica que culmina na construção de cenários, perspectivas, mapeamentos de soluções e desenvolvimento de novos modelos benéficos para a implementação das políticas públicas de transporte no Brasil.
— O turismo é um multiplicador cultural, econômico e social que impacta diretamente e indiretamente no desenvolvimento do país. O trabalho em conjunto vai permitir um diagnóstico amplo de como o brasileiro se desloca para se chegar a uma forma mais segura, de menor custo e mais eficiente tanto para o empresário e, principalmente, para a sociedade. As políticas devem beneficiar a sociedade por intermédio da gestão realizada pelas várias esferas do poder público — pontuou o especialista.