Sylvia Paes entre cores e cheiros
Matheus Berriel 10/08/2019 13:54 - Atualizado em 15/08/2019 17:46
Genilson Pessanha
Colecionar itens é algo comum na vida da historiadora campista Sylvia Paes. Quem entra em sua residência logo se depara com objetos antigos sobre móveis e nas paredes, uma grande quantidade de CD’s, muitos livros, sem contar uma caixa onde guarda inúmeras canetas personalizadas com nomes e logomarcas de empresas. Contudo, a maior coleção atualmente é a de frascos de perfumes, que ganhou recentemente um lugar especial para ser guardada. Dos 452 vidros, de diversos tamanhos, cores e oriundos de vários países, a maior parte fica agora no corredor principal da casa, em um móvel preparado especialmente para recebê-los — fora alguns outros guardados no banheiro por falta de espaço.
— A ideia da coleção começou há uns 30 anos, mais ou menos. Mas, eu já tinha alguns vidros guardados, que foram da minha tia, da minha mãe, da minha avó. Eu gostei porque eram bonitos, pelo brilho diferente do vidro. E aí eu deixei guardados. Mas, nunca pensei em fazer a coleção, até que houve um momento em que comecei, há uns 30 anos ou mais — contou Silvia.
Com o fundo feito de MDF e as prateleiras e portas de acrílico, a prateleira em que foram colocados os fracos de perfumes mede dois metros de altura e um e meio de largura. Os detalhes especiais ficam por conta da iluminação em lead, possibilitada por 709 furos feitos por Fernando Aguiar, responsável pela construção do móvel. Antes, os frascos de perfumes ficavam numa louceira, inicialmente utilizada pelo pai de Sylvia em um laboratório.
Se a quantidade de perfumes chama a atenção, poderia ser ainda maior.
— Eu perdi muito vidro de perfume. Primeiro porque não pensava em fazer a coleção, aí ia me desfazendo. Outras vezes porque não queria guardar vidrinhos nacionais. Mas, são frascos bonitos e que contam uma história. Então, passei a guardar também os vidrinhos de perfumes comuns, porque todos eles têm uma história. E tem uma moda que passa pelas vivências da gente — disse a historiadora.
Para Sylvia, que atualmente tem preferência por perfume amadeirado floral, a mudança do gosto pessoal acompanha a passagem por fases importantes da vida. Pela coleção, ela também consegue observar características da produção dos vidros, modificadas com o tempo.
Genilson Pessanha
— Quando a gente é pequeno, a gente usa um determinado perfume que vai espantar o piolho na escola, uma lavandazinha, alfazema. Depois, usa outro perfume quando é adolescente, porque quer chamar a atenção em um grupo, com namorado ou namorada, você tem outros cheiros para atrair. Na sua vida adulta, tem um compromisso de trabalho, outros afazeres, então é um outro tipo, o gosto vai mudando nessas diferentes épocas. E eu vejo também que os frascos de perfume vêm acompanhando um modismo de época, de desenho, de design. Mas, hoje, quando eu olho alguns vidros antigos e os contemporâneos, vejo que há uma inspiração nos antigos — destacou.
Mais do que um simples clichê, o ditado popular indicativo de que “nos menores frascos estão os melhores perfumes”” se confirma.
— Teve uma época que o frasquinho pequeno era amostra. Não tinha grande valor. Mas, em outras perfumarias, não. O perfume que está no frasco pequeno é realmente o extrato, aquele que é mais concentrado e tem maior valor de mercado — explicou a colecionadora, que chega a ter em seu acervo a mesma fragrância em vidros de tamanhos diferentes.
Muitos amigos e familiares de Sylvia já ajudaram a crescer a coleção. Aos que passam a conhecê-la agora, fica a dica do presente ideal: “Se for pequeno, então, melhor ainda (risos)”.
Genilson Pessanha

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