Cinebiografia de Wilson Simonal estreia nesta quinta (08) no Kinoplex
Matheus Berriel 07/08/2019 17:16 - Atualizado em 13/08/2019 14:19
Divulgação
A cena é clássica: no palco da TV Record, Wilson Simonal canta o sucesso “Meu Limão, meu Limoeiro” regendo uma grande plateia, que se diverte a cada virada no tom da canção. Bastante acessado no Youtube, o vídeo é um exemplo do tamanho do artista, um dos grandes nomes da música popular brasileira. Morto no ano de 2000, aos 62 anos, o “Rei do Swing” tem agora sua história contada em filme. Dirigida por Leonardo Domingues, com roteiro de Geraldo Carneiro, a biografia dramática “Simonal” (2018) estreia nesta quinta-feira (08) nos cinemas brasileiros. Em Campos, haverá sessões diárias às 16h10, 18h30 e 20h50, no Kinoplex, localizado no shopping Avenida 28. Filme disponível apenas na versão digital. A duração é de uma hora e 45 minutos, com classificação indicativa de 14 anos.
O fenomenal domínio no palco proporcionou a Wilson Simonal uma série de conquistas nas décadas de 1960 e 1970. Querido pelos fãs, foi o primeiro negro a comandar seu próprio programa de TV, tendo ainda assinado contratos milionários de publicidade. Com o dinheiro obtido em vários trabalhos, vieram a sensação de poder, os jogos de sedução e uma firme posição de não se manifestar politicamente. Ao se deparar com problemas financeiros, colocou a culpa no contador. Teve ainda seu nome associado à Ditadura Militar, dando início a uma derrocada que culminou com o esquecimento e o alcoolismo.
— Acabou se envolvendo em uma polêmica na época da Ditadura Militar Brasileira. Ele foi acusado de ser o dedo duro, de ter entregue alguns artistas ligados ao movimento contrário à Ditadura Militar. Até negou durante muito tempo, parece que o filme vai abordar um pouco essa questão. Ele acabou sendo limado pelo núcleo mais inteligente da música popular brasileira por causa disso — disse o professor e pesquisador Marcelo Sampaio.
Para Marcelo, parte do “esquecimento” de Wilson Simonal deve-se à dimensão dos artistas que despontavam nos movimentos musicais na segunda metade do século passado.
— Acho o Simonal um bom cantor, cantava muito bem. Mas, acho que deu um azar, porque, quando ele participou dos festivais da Tupi e da Record, tinha muita gente boa... Tinha Edu Lobo, MPB-4, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Vandré... Foi uma geração muito forte. Se ele pega uma geração menos talentosa, na minha opinião, ele se destacaria mais. É tipo um jogador de futebol que jogou na era Pelé, na era Maradona, na era Zico... Podia ser um craque muito maior, mas, pelo padrão comparativo... O Wilson Simonal passou por essa questão. Ele estava em uma geração talentosíssima e, mesmo com o talento dele, não ficou tão aparente assim
No filme, Wilson Simonal é interpretado pelo ator Fabrício Boliveira. Também fazem parte do elenco Ísis Valverde e Leandro Hassum, entre outros artistas. A produção triplamente premiada no Festival de Gramado, com troféus Kikitos nas categorias melhor trilha musical (Max de Castro e Wilson Simoninha, filhos do cantor), melhor direção de arte (Yurika Wamakuza) e melhor fotografia (Pablo Baião).
Outra novidade — Também estreia hoje no Kinoplex o filme de terror “Histórias Assustadoras para contar no escuro” (Showtimes for Scary Stories to Tell in the Dark, 2019), com direção do norueguês André Øvredal. Sessões dubladas às 16h20 e 18h40, além da legendada, às 21h, todas na versão digital. Classificação: 14 anos. Duração: uma hora e 48 minutos.

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