Matheus Berriel
03/08/2019 10:02 - Atualizado em 13/08/2019 14:11
Será lançado em Campos na próxima terça-feira (06), no Museu Histórico, o livro “Negras de lá Negras daqui”, Trata-se de uma antologia internacional de escritoras negras africanas e brasileiras, entre elas a campista Lívia Prado, que estará no evento marcado para as 18h.
“Negras de lá Negras daqui”, publicado pelas Edições Afrikanse em parceria com a Alupolo editora e o Núcleo Coletivo das Artes, reúne textos das moçambicanas Melita Matsinhe e Eliana N’zualo, das angolanas Helena Dias e Twekiava, das paulistas Patrícia Ashanti e Thata Alves, da mineira Tula Pilar, que morreu em abril, e da fluminense Lívia Prado, natural de Campos.
De acordo com Lívia, os artistas angolanos Ermi Panzo e Isidro Sanene foram os responsável por unirem as escritoras.
— A ideia do livro partiu do Panzo e, em parceria com Sanene, escolheram as autoras. Cada uma de nós escreveu e escolheu as palavras poéticas para serem inseridas no livro. A costura literária ficou a cargo do Panzo, que cumpriu o papel de maneira exemplar — disse a campista. — A nossa escrita feminina parte do nosso imaginário poético. Abordamos temas sobre África, Brasil, o feminicídio, as invisibilidades sociais e outras subjetividades. O interessante do nosso encontro literário é esse diálogo intercontinental, uma travessia afro-atlântica que nos une na construção e reconstrução de nossas memórias e identidades, enquanto mulheres negras — explicou.
No mês de fevereiro, três lançamentos do livro foram realizados em São Paulo.
— Eu queria muito fazer algum no Rio. Campista que sou, não poderia deixar de prestigiar minha cidade. Entrei em contato com o Museu, na pessoa da Grazi(ela) Escocard (diretora do museu), e fechamos o lançamento — contou a autora.
Poeta, atriz, contadora de histórias, dramaturga, compositora, palhaça e professora de teatro, Lívia tem uma longa trajetória de produção cultural. Seu primeiro prêmio de poesia foi recebido aos 14 anos, o que lhe incentivou desde cedo a continuar escrevendo. Em 2016, ficou em primeiro lugar no XVIII FestCampos de Poesia Falada pela intepretação e autoria de “Palavra ativista”. No ano passado, foi finalista do Slam Pequena África, realizada pela Festa Literária das Periferias (Flup), no Rio de Janeiro.