Ponto Final - Wladimir faz avaliação positiva de destaques da Reforma da Previdência
13/07/2019 09:21 - Atualizado em 21/07/2019 16:22
Ecos da reforma
O deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) foi um dos 131 que votaram contra o texto-base da Reforma da Previdência, que acabou aprovado por 379 votos na última quarta-feira, na Câmara dos Deputados. O posicionamento do campista foi vista com certa surpresa, uma vez que ele tem defendido mudanças nas regras de aposentadoria no país para diminuir o déficit nas contas públicas. Porém, após a votação, Wladimir disse que não ficou satisfeito com o texto da reforma apresentado ao plenário e por isso acompanhou a irmã, Clarissa Garotinho (Pros), que também foi contrária.
Professores
No entanto, nas votações dos destaques – pequenas mudanças na legislação – Wladimir tem buscado correr atrás do prejuízo. O campista votou “sim”, por exemplo, à alteração que beneficia os professores e reduz a idade para aposentadoria dos docentes da educação básica. Wladimir e Expedito Netto, de Rondônia, foram os únicos que contrariaram a orientação do PSD na quarta-feira, porém, o filho do ex-governador Anthony Garotinho (sem partido) explica: “Um dos motivos foi exatamente essa transição proposta aos professores que no meu modo de entender estava muito dura”.
Mudanças
Outro ponto destacado a Wladimir diz respeito a mudanças aprovadas em favor das mulheres. Entre elas, estão os destaques que garantem renda de um salário mínimo para viúva, diminuição da aposentadoria integral de 40 anos para 35 anos e proteção à maternidade, especialmente à gestante. Por outro lado, o deputado federal votou contrário ao destaque que alterava o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Sob pressão
Mesmo com a pressão de governadores e prefeitos, a Câmara não analisou o destaque que inclui estados e municípios no texto da reforma. No entanto, o parlamentar relata que a pressão do governo federal deu certo e a pressão para decidir o tema ficou para o Senado. Relator da nova lei, o deputado Samuel Moreira (PSDB) excluiu os entes federativos ainda na comissão especial, o que gerou grande reação dos governos estaduais e municipais. Wilson Witzel (PSC), que herdou uma situação calamitosa nas finanças do Rio de Janeiro, é um dos líderes deste movimento.
Decisão no Senado
Por outro lado, o relator da comissão especial da reforma da Previdência no Senador, Tasso Jereissati (PSDB-CE), informou ontem que a Casa deverá incluir os servidores públicos estaduais e municipais por meio de uma segunda proposta de emenda à Constituição (PEC). Com isso, o texto principal poderá ser aprovado pelos senadores no próximo semestre sem alterações. A nova PEC caminhará ao mesmo tempo que a outra, mas permitirá que o grosso da reforma seja promulgado mais cedo.
Pedágio
Wladimir disse, ainda, que votou pela aprovação da emenda que diminui a idade exigida para aposentadoria de policiais federais, policiais civis do Distrito Federal e agentes penitenciários e socioeducativos federais, se eles cumprirem a regra de pedágio de 100% do tempo de contribuição que faltar para se aposentar. Caso cumpram esse pedágio, a idade será de 52 anos para mulher e de 53 anos para homem. Se não cumprirem o pedágio, a idade exigida continua a ser de 55 anos para ambos os sexos.
Fora da polarização
Em tempos de discussões políticas acaloradas, o deputado campista destacou que o debate sobre a reforma da Previdência deve fugir da polarização entre PT e o presidente Jair Bolsonaro (PSL). “As coisas andam tão loucas nesse país que muitas pessoas têm dificuldade em entender que vários parlamentares não seguem os extremos e votam de maneira independente”, comentou. “Ser a favor ou contra o Brasil é totalmente diferente de seguir pessoas ou discursos fáceis. É importante o equilíbrio”, afirmou.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS