Aluysio Abreu Barbosa e Aldir Sales
25/07/2019 21:26 - Atualizado em 05/08/2019 14:54
Após a enorme repercussão nas redes sociais, o vereador Paulo Arantes (PSDB) cedeu à pressão e protocolou na Câmara Municipal o pedido de exoneração do seu chefe de gabinete Thiago Calil. Ex-subsecretário de Governo na gestão da ex-prefeita Rosinha Garotinho (Patri), Calil já foi condenado à prisão na operação Cinquentinha, por comandar o esquema de compra de votos para a candidatura de Rosinha no distrito de Vila Nova, na eleição de 2008, mas a ação prescreveu sem que o réu cumprisse a pena. Thiago Calil também foi sentenciado em primeira instância, em 2016, a 25 anos de prisão no caso “Meninas de Guarus”, pelos crimes de estupro, associação criminosa, submissão de criança/adolescente à prostituição/exploração sexual e cárcere privado.
A coluna Ponto Final informou, na última sexta-feira, que o presidente da Câmara Municipal de Campos, o vereador Fred Machado chegou a conversar com Paulo Arantes sobre a nomeação de Thiago Calil, tão logo recebeu seu requerimento. Ele avisou ao colega que aquilo iria gerar reações da sociedade. Mas como a Lei da Ficha Limpa aprovada para servidores do Legislativo só impede a contratação de condenados em decisão colegiada de segunda instância, o que não é o caso de Calil, a procuradoria da Casa teria que aceitar sua nomeação.
Arantes chegou a falar, na semana passada, que não existia ilegalidade na nomeação e que Calil “se envolveu nisso (Meninas de Guarus), junto a várias outras pessoas, por estar no lugar errado, na hora errada”.
Desta vez, o tucano divulgou uma nota oficial onde diz que tomou conhecimento da dimensão das acusações contra Calil e resolveu exonerar o ex-subsecretário de Governo.
— Diante dos fatos e, principalmente, do meu respeito à população campista, não poderia deixar de me pronunciar sobre uma atitude que tomei inadvertidamente. Assim que tomei conhecimento detalhado sobre o fato, de imediato revi da decisão, seguindo à risca minha consciência e meus princípios de família. Trata-se da nomeação para a chefia do meu gabinete, de Thiago Calil, um conterrâneo do meu querido distrito de Vila Nova, onde nasci, me criei e tenho laços de amizade. Na época em que aconteceram os fatos com ele, eu seguia minha vida como comerciante que sou até hoje, além de pessoa que, como cidadão comum, sempre esteve atendendo, na medida do possível, aos anseios das comunidades. Soube, sim, de toda a história, mas sem tomar conhecimento de sua dimensão. Além disso, atrelado a laços de amizade e baseado na Lei da Ficha Limpa do Legislativo, assinei a nomeação, que já foi desfeita. Sigo com minha consciência limpa de que fiz o certo — declarou o vereador.