Garotinho segue realizando serviço comunitário em hospital psiquiátrico
Aldir Sales 25/07/2019 20:26 - Atualizado em 05/08/2019 14:54
Anthony Garotinho
Anthony Garotinho / Rodrigo Silveira
O ex-governador Anthony Garotinho (sem partido) continua, por ora, no hospital psiquiátrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde cumpre serviços comunitários após ser condenado a dois anos e oito meses de prisão por calúnia contra um juiz federal. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) chegou a pautar para esta quinta-feira o julgamento da apelação de Garotinho, que pretendia a revisão da pena, no entanto, o recurso nem chegou a ser analisado totalmente no plenário da 1ª Seção Especializada da Corte porque o desembargador André Fontes pediu vista. Não há data marcada para novo julgamento.
Também por causa deste processo, já julgado em segunda instância, Garotinho teve sua candidatura ao Governo do Estado no ano passado barrada pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa. O campista também entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar suspender a ação, mas ainda aguarda uma decisão.
De acordo com o jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, Garotinho trabalha por três horas arrumando livros na biblioteca do Instituto de Psiquiatria a Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ipub) nas segundas, quartas e sextas. “Primeiramente, gostaria de ressaltar a maneira respeitosa como fui recebido por todos os funcionários da biblioteca e pelos pesquisadores que lá comparecem e lamentar o estado dos livros históricos que estou catalogando. Quanto à condenação à prestação de serviço comunitário, ela foi absolutamente ilegal”, disse o ex-governador em uma postagem no seu blog no final do ano passado.
O TRF-2 confirmou a condenação de Anthony Garotinho, em fevereiro do ano passado, por publicar em seu blog, entre novembro de 2011 e fevereiro de 2012, que o juiz federal Marcelo Leonardo Tavares cometeu corrupção e prevaricação ao proferir a sentença de um processo contra ele.
O TRF confirmou a sustentação da procuradoria de que houve dolo, pois houve a pretensão nítida de caluniar o juiz, imputando falsamente um fato criminoso e atribuindo-o ao interesse de garantir um cargo de confiança no governo estadual para um de seus familiares.
A Corte informou, ainda, que o julgamento da apelação de Garotinho começou no dia 3 de maio. Na época, os desembargadores Paulo Espírito Santo, Antônio Ivan Athié e Marcelo Granado votaram pela manutenção da pena, quando o próprio desembargador André Fontes pediu vista e paralisou a análise pela primeira vez. 

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