Em mais um episódio da troca de farpas entre Legislativo e Executivo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse nesta segunda-feira, que a eventual aprovação da reforma da Previdência será uma construção do Congresso, e não do governo do presidente Jair Bolsonaro.

O texto base da reforma foi aprovado na semana passada na comissão especial da Câmara e deve ser analisado pelo plenário da Casa nesta semana. Para Maia, o texto com viabilidade de ser aprovado só foi possível por causa da articulação e diálogo dos próprios deputados.

— Acho que a construção desse texto se deve à capacidade de diálogo, ao equilíbrio do parlamento brasileiro. Todos participaram. Aqueles que defendem a proposta e aqueles que não defendem a proposta. Então, é importante que a gente entre nesta semana com essa clareza, que a construção do texto foi uma construção parlamentar.

Desde o início da tramitação da matéria, Maia tem criticado a articulação política de Bolsonaro. “O governo ajuda, o governo, em alguns momentos, atrapalhou, mas tem ajudado nas últimas semanas. Mas precisa ficar claro nesse processo, exatamente para que os deputados tenham o conforto para votar, que o resultado desta semana será o resultado do esforço, do trabalho e da dedicação de cada deputado e de cada deputada”, concluiu.

Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição, são necessários 3/5 dos votos (308) em dois turnos para aprovação antes de seguir para o Senado.

Enquanto isso, a líder do governo na Câmara, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse nesta segunda que, embora não seja impossível, “não é grande” a chance de inclusão de servidores estaduais e municipais na reforma da Previdência durante discussão e votação no plenário da Câmara. (A.N.)