Ícaro Barbosa
03/07/2019 09:54 - Atualizado em 12/07/2019 14:22
Advogado e publicitário argentino, radicado em Campos, Gustavo Oviedo foi o convidado desta quarta-feira na primeira edição do programa Folha no Ar, na rádio Folha FM 98,3. Oviedo analisou a política e fez um paralelo entre o governo argentino de Mauricio Macri e prefeito de Campos Rafael Diniz (PPS), comparando os ex-presidentes populistas Néstor e Cristina Kirchner aos Garotinho.
Nesta quinta-feira (4), o programa recebe, a partir das 7h, o advogado tributarista Carlos Alexandre Azevedo e o promotor de Justiça Marcelo Lessa.
— Fazendo um paralelo com Macri, tem um jornalista argentino que fala, em relação a herança que ele teve dos Kirchner, esse sacrifício que está fazendo. A percepção da população é de que “aquele pessoal queimou a casa e o povo coloca a culpa nos bombeiros por enchê-la de água para apagar o fogo”. Tem que ter essa noção de que aqueles que vieram para consertar não são os vilões — afirmou o advogado.
Para Gustavo Oviedo, a polaridade e instabilidade social e política que o Brasil e a Argentina, seu país de origem, vêm sofrendo são reflexos das falhas no sentido econômico, que se sucederam a partir das posturas populistas assumidas pelos dois países nos últimos anos. Sobre o atual momento do Brasil, Oviedo fez uma avaliação.
— Como residente brasileiro, eu vivi esse período conturbado nos últimos anos. Esse fenômeno Bolsonaro tem que ser estudado, e, apesar de ser liberal, não votei no Bolsonaro, mesmo simpatizando com as ideias do Paulo Guedes. Existe uma tendência da família do Bolsonaro de entrar em conflito com o Congresso, Senado e até com a ala militar do próprio governo. Se a reforma da Previdência passar e a economia deslanchar, vamos ter uma certa estabilidade no Brasil. Contudo, se não der resultado, Bolsonaro vai ter o mesmo problema de Collor e Dilma — afirmou.
Ao falar sobre Campos, Oviedo teceu críticas, principalmente em relação às falhas que percebe no governo Rafael, do ponto de vista publicitário.
— O capital político dos primeiros meses do governo deveria ter sido direcionado a mostrar os rombos deixados pela gestão anterior, como a PreviCampos, pois, quando você avisa à população que tem um período difícil pela frente, como Churchill fez na Segunda Guerra, prometendo apenas “sangue, suor e lágrimas”, a realidade é difícil, mas o choque não é uma surpresa — destacou.
Quanto às eleições do próximo ano, Gustavo Oviedo afirmou que não descarta a possibilidade de uma terceira via forte, mas questiona sua “capilaridade” e “capacidade de propaganda, para transmitir suas propostas para a população”. No entanto, o publicitário não acredita que os que estão se anunciando como alternativa tenham essa capacidade.