Raquel Dodge quer Caixa d'Água em Campos
Aldir Sales 02/07/2019 21:20 - Atualizado em 12/07/2019 14:22
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifestou contra o pedido do ex-presidente nacional do Partido da República (PR) e ex-ministro dos Transportes no governo Dilma Rousseff (PT), Antonio Carlos Rodrigues, que tenta anular as investigações da operação Caixa d’Água. Além dele, os ex-governadores Anthony (sem partido) e Rosinha Garotinho (Patri) chegaram a ser presos em novembro de 2017, acusados de participar de um esquema de arrecadação de caixa dois para a campanha do político da Lapa ao Governo do Estado em 2014, segundo o Ministério Público.
A ação corre na 98ª Zona Eleitoral de Campos, mas está suspensa desde junho de 2018 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que atendeu uma liminar do próprio Antonio Carlos. O ex-ministro dos Transportes alega que, como parte das provas da investigação veio de delações da operação Lava Jato, a competência do caso seria da Justiça Federal e não da eleitoral.
Desde que Toffoli assumiu a presidência do STF, em setembro do ano passado, quem assumiu a relatoria da Caixa d’Água na Corte é a ministra Cármen Lúcia. Enquanto isso, a procuradora-geral da República discorda de Rodrigues e da decisão anterior de suspender. Para Dodge, “não procede a tese da defesa de que os fatos na ação penal, em trâmite na 98ª Zona Eleitoral de Campos, já estão sob investigação no âmbito do Supremo”.
A procuradora-geral rebate o argumento de que há “dupla investigação” e reforçou que “as investigações tratam de fatos distintos, ocorridos em situações diversas e com a participação de pessoas diferentes”.
Outro ponto enfatizado por Dodge é o de que a tramitação do processo na zona eleitoral “está em acordo com o recente posicionamento firmado pelo Supremo, em março deste ano, de que compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes comuns conexos a delitos eleitorais”.

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