Motoristas de van fazem protesto contra mudanças no transporte
Verônica Nascimento 11/07/2019 11:46 - Atualizado em 17/07/2019 17:02
  • Manifestação de motoristas de van

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    Manifestação de motoristas de van

Motoristas de van se reuniram, na manhã desta quinta-feira (11), em uma manifestação contra a mudança no transporte público de Campos. Eles se concentraram no Cais da Lapa, de onde saíram em direção à sede da Prefeitura e do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT). A partir deste sábado (13), apenas as empresas de ônibus prestarão o serviço durante o período de transição, que pode durar até 30 dias, para o novo sistema de transporte público. Este é o prazo para que os vencedores do processo de licitação do transporte alimentador assinem os contratos de permissão e realizem as adaptações necessárias para começar a funcionar. Segundo o novo sistema, vans deixarão de circular no perímetro urbano e passarão a trabalhar na ligação entre distritos e terminais de integração.
Os manifestantes alegam que Prefeitura tirou o direito de permissionários que já atuavam no transporte alternativo e pedem que o presidente do IMTT , Felipe Quintanilha, “não homologue o processo fraudulento”. Após saírem da sede do órgão, os motoristas seguiram para o Ministério Público. Presidente da Coopertransport, Ricardo Cardoso da Silva relatou que a lisura do processo de seleção dos habilitados para o transporte alimentador está sendo questionada no MP. Ele afirmou que participaram do ato 75 vans e 300 motoristas.
Uma das manifestantes presentes ao ato é Claudia Andrade, da Camposcootran. Conhecida como Cláudia das vans, ela relatou estar no transporte alternativo há cerca de 12 anos e criticou a licitação
— Em todo o momento eu questionei a situação de colocar a gente no distrito com uma barreira invisível, para que o cidadão não possa ultrapassar, a não ser pelo transporte coletivo. Ou seja, o empresário está rindo de orelha a orelha, pois se é para cumprir a licitação, porque o empresário não está no distrito fazendo o transporte daqueles munícipes que precisam se deslocar até aqui (Centro)? — questionou, ressaltando não saber como seria a implementação do novo sistema: "A gente não sabia que essa transição seria tão truculenta, com a gente sendo impedido de trabalhar. Temos 60 dias para instalar o validador, sem saber que empresa vai validar. Se não tivermos o validador, o morador do Distrito, que já é sofrido, ainda terá de pagar outra passagem para chegar ao ponto do ônibus. E vamos ter de deixar o povo no meio do nada, sem estrutura, sem segurança".
O grupo também criticou o número de ônibus que estará em circulação durante o período de transição. Foi anunciado o aumento de quase 100% dos coletivos que compõem a frota ativa na cidade e rodarão por 30 dias em substituição ao transporte alternativo. Com a entrada das vans e micro-ônibus no sistema, os 260 coletivos cobrirão apenas a área centrais.
Outro ponto colocado por permissionários, habilitados e não habilitados para o transporte alimentador é que o projeto prevê apenas uma van para circular todos os dias. "É o caso, por exemplo, de Ibitioca e Serrinha. E quando o carro quebrar? A população não vai ter como para ir para o Centro", disse Robson Peixoto, da Camposcootran, que atuava no Santa Rosa e foi sorteado para trabalhar no transporte alimentador em Palmares.
Em nota, a Prefeitura de Campos informou que "a elaboração do novo sistema de transporte teve início a partir das demandas da população para que o passageiro tenha melhor atendimento nos serviços. Desde julho de 2018, foram 10 audiências públicas, apresentações na Câmara de Vereadores, lançamento de edital para a licitação do transporte alimentador e o processo licitatório em si. Assim, as linhas distritais foram escolhidas por sorteio como critério de desempate na última segunda-feira (8). Ao todo, participaram da licitação 351 pessoas e foram consideradas habilitadas 272. Segundo o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), todos os documentos foram analisados. Além da habilitação, critérios como certidão negativa criminal, ser proprietário ou ter a cessão do veículo para operar no sistema e ter Seguro de Acidente de Passageiros, entre outros, além do respeito aos prazos, constam no edital e estão sendo avaliados. As 235 linhas estipuladas no edital tiveram seus motoristas sorteados na segunda (08) e 37 formam o cadastro reserva, conforme também previsto no edital.
Todo o processo ocorreu de forma transparente e foi amplamente divulgado, não somente no site oficial da Prefeitura, como nos demais veículos de comunicação da cidade.Vale ressaltar que, as vans não vão deixar de circular. O novo sistema de transporte coloca ônibus e vans trabalhando em conjunto, e não mais como rivais. As vans e micro-ônibus farão o transporte de passageiros nas áreas distritais, enquanto os ônibus farão as linhas dos bairros centrais", finalizou. 
Equipes da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal acompanharam o ato para garantir a segurança dos manifestantes.
Autorização precária — Os motoristas de vans que trabalham atualmente atuam com uma autorização considerada precária. A lei que autorizou a prestação do serviço, em 2010, previa que a licitação deveria ser realizada em quatro anos. O prazo, que foi prorrogado por mais quatro anos, venceu em 2018. Neste ano, o edital foi lançado e passou por diversas etapas até que, na última segunda-feira, 235 permissionários foram distribuídos em 60 linhas.

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