A noite desta terça-feira (23) certamente será de forte emoção para os familiares e amigos do veterinário Maron El Kik Jr. Quase quatro anos e meio após sua morte, ele passa a dar nome à rua localizada entre a João Sobral Bitencourt e a Álvaro Tâmega, na praça Dr. Oliveira (pracinha do Sossego), em Campos. Sancionada no dia 28 de junho, a lei de nomeação da rua “Kiko”, apelido do homenageado, foi publicada na edição de 03 de julho do Diário Oficial do Município. A inauguração, marcada para as 19h, contará com música ambiente em ritmo de chorinho.

De acordo com o pai de Kiko, o médico Maron El Kik, a ideia da homenagem partiu de um movimento feito por um grupo de amigos, encabeçado por Renan e Pompeu. O projeto de lei é do vereador Ivan Machado (PTB).

— Isso representa a continuidade da amizade dele com todos os amigos. Toda vez que a gente fala nele, a gente vai cultuando, vai lembrando dele. Porque a gente não tem tristeza, tem saudade. A saudade é permanente. E quando fazem uma homenagem dessa, é como se ele estivesse permanentemente perto da gente. A gente vê os amigos e lembra de tudo o que ele fazia. Ele viveu intensamente a vida, viveu para os amigos e a família. Era muito querido, não é porque é meu filho. Isso dá um certo conforto para a gente. Nós ficamos agradecidos a todos — declarou.

Conforme destacado pelo diretor financeiro da Folha, Christiano Abreu Barbosa, em seu blog “Ponto de Vista”, hospedado no Folha1, a ideia da família de Kiko é celebrá-lo da maneira que ele mais gostava e em um dos locais onde foi mais foi feliz. A mãe do homenageado, Mary El Kik, reforça o discurso de que a iniciativa demonstra o carinho dos amigos por Kiko.

— A gente recebeu com muita emoção e gratidão aos amigos dele, porque confirmou ainda mais que gostavam mesmo dele. Era uma figura muito boa, viveu para ajudar os outros, marcou presença na vida das pessoas. Ficamos muito emocionados, estamos muito felizes — disse Mary. — Vai ser (um momento) de muita emoção. A família toda vai, a filhinha dele (Carolina, de 12 anos) também... A gente espera, realmente, encontrar os amigos. Essa homenagem é muito sincera, vamos ver até onde o coração vai aguentar, porque a saudade dele é muito grande — acrescentou.

Amigo desde os primeiros meses de vida, Rafael Abud fala com carinho daquele com quem, ainda bebê, brincou no mesmo cercadinho. “Crescemos juntos. Era uma figura ímpar, um cara do bem. Onde chegava alegrava o ambiente, sempre com aquele sorriso largo, aquela alegria de viver. A saudade é enorme. Realmente, foi uma perda irreparável para quem conviveu com ele”, disse.

Por coincidência ou obra divina, quatro décadas depois das brincadeiras enquanto bebês, lá estava o mesmo Rafael na última conversa de Kiko com um amigo.

— Minutos antes de ele perder a consciência, eu estive com ele no CTI. Foi até uma coisa meio emblemática, a mãe dele me disse que fui o primeiro amigo e também o último a despedir. Foi uma coisa que me marcou muito. Estive com ele na CTI do Beda no domingo, à noite. Ele já estava oscilando, mas, quando me viu, me chamou pelo nome, conversou um pouco comigo. Depois disso, ficou inconsciente e faleceu, se não me engano, um ou dois dias depois. Me marcou muito. Todo mundo que conviveu com ele sente muita falta. Foi uma pessoa única, não tem ninguém comparável às características dele — afirmou Rafael.

Outro amigo da infância, colega de escola desde o primário, Felipe Marins falou com satisfação sobre a homenagem: “Foi super válida, com muito carinho, acho que muito aceita por todo mundo. A sociedade toda, as pessoas que conheciam ele ficaram muito contentes”. E não segurou as risadas ao ser perguntado sobre momentos vividos ao lado de Kiko, que não precisam sair no jornal para serem inesquecíveis. “Era uma figura (risos). Muita história”, afirmou Felipe.

Maron El Kik Jr, que lutava havia mais de dois anos contra um câncer, faleceu dia 03 de fevereiro de 2015, aos 41 anos, no Hospital Dr. Beda. Veterinário, ele comandou o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) no governo Arnaldo Vianna.