Matheus Berriel
16/07/2019 17:04 - Atualizado em 21/07/2019 16:14
O advogado e publicitário Gustavo Alejandro Oviedo, argentino radicado em Campos, será o apresentador desta quarta-feira (17) no Cineclube Goitacá. O filme escolhido é um clássico do cinema espanhol, “Cría Cuervos” (1976), dirigido por Carlos Saura. Vencedor do Prêmio do Juri do Festival de Cannes em 1976, o longa-metragem aborda um lado muito particular da infância. A sessão está marcada para as 19h, na sala 507 do edifício Medical Center, situado à esquina das ruas Conselheiro Otaviano e 13 de Maio, no Centro de Campos. Entrada gratuita.
— Eu escolhi esse filme porque, obviamente, gosto muito dele. É um dos meus favoritos. A principal característica do filme é uma visão muito particular sobre o que é a infância, o que é a vida de uma criança que está passando por uma situação bem particular em termos familiares, cuja mãe morreu (além do pai). Ela está sendo criada pela tia num ambiente familiar e histórico bastante opressivo — adiantou Oviedo. — O que há de interessante no filme é justamente essa visão que se tem da infância, que não necessariamente tem que ser um âmbito feliz e lúdico, alegre, mas sim como um momento em que se forma a cabeça de uma pessoa, um momento que pode ser também muito tenebroso e angustiante — completou.
Ana, a personagem principal, é interpretada na fase da infância pela atriz Ana Torrent. Já na fase adulta, por Geraldine Chaplin, responsável por interpretar também María, a mãe de Ana.
— A protagonista lembra sua infância, de momentos da infância que ficaram marcados para ela. E mostra como a criança vai criando uma realidade própria, onde ela, de forma completamente equivocada, pensa as relações que tem com os adultos de uma forma totalmente distorcida, e como isso pode se dar em um ambiente familiar que não é o melhor — pontuou o apresentador.
Para Oviedo, uma característica marcante do longa, com uma hora e 47 minutos de duração, é a forma como Carlos Saura soube ligar detalhes importantes para obter o resultado final.
— O filme é uma boa amostra de como um diretor consegue o resultado marcante de um filme que realmente deixa uma lembrança no espectador, uma marca importante, utilizando alguns elementos que compõem o filme, mas, se considerados em separado, talvez não fossem tão marcantes. A magia do cinema é justamente poder juntar coisas como uma menina, no caso a Ana Torrent, uma música que aparece no filme e pode ser meio piegas, uma historinha aparentemente simples e, ao misturar isso, o resultado é muito maior — enfatizou.