Ao dar continuidade à proposta de apresentar filmes que marcaram a história do cinema, o professor e historiador Aristides Soffiati exibe hoje, às 19h, no Cineclube Goitacá, os filmes “A propósito de Nice” (1930), de Jean Vigo, e “Um dia no campo” (1936), de Jean Renoir, e, ao final, trocará impressões com a plateia durante um bate-papo informal.
De saída, explica que decidiu mudar de foco, uma vez que nas vezes anteriores exibiu filmes que marcaram gêneros. “Para variar, resolvi intercalar gêneros com escolas. Os dois filmes que pretendo exibir ilustram a escola impressionista francesa, que marcou a França nos anos de 1920, pouco antes e pouco depois. ‘A propósito de Nice’ é de 1930, último ano da década. ‘Um dia no campo’ é de 1936. O impressionismo francês perdurou por algum tempo e rendeu excelentes filmes, como os de René Clair’”, acentuou.
Sobre o conteúdo dos filmes, foi enfático: “’A propósito de Nice’ é, na verdade, um belo documentário sobre Nice. O diretor revela a sensualidade da cultura francesa e a sua própria sensualidade, ao exibir um nu feminino de corpo inteiro. Ele faz experiências com a imagem. Usa artifícios cinematográficos. Enfoca também a questão social, outro tema muito caro aos franceses. Quanto a ‘Um dia no campo’ parece influenciado pelo primeiro longa de Jean Renoir: ‘A moça da água’, rodado em lindos paisagens campestres de canais da França. Minha intenção original era exibir esse filme, de 1924. Mas pensei que dois filmes mudos cansariam um pouco. Então, optei por ‘Um dia no campo’, filme falado, mostrando o interior da França em toda a sua luminosidade e encanto. De fato, é um filme lindo”.
Em seguida, falou sobre a importância dos dois cineastas na história do cinema: ”Vigo fez apenas quatro filmes e se tornou um ícone da filmografia francesa. Ele inspirou a ‘Nouvelle Vague’ e mereceu os mais calorosos elogios da crítica e de cineastas. No Brasil, o crítico Paulo Emílio Sales Gomes lhe dedicou um livro, considerando-o um dos maiores cineastas de todos os tempos. Já Renoir era filho do famoso pintor Auguste Renoir, talvez o maior expoente do impressionismo na pintura. Seu filho Jean Renoir segue seus passos durante algum tempo. Se, para o expressionismo alemão, o importante era o clima sombrio dos filmes, numa tentativa de transmitir as emoções do diretor, tanto quanto na pintura, para o impressionismo era a luminosidade, a claridade”.
E acrescentou: “Jean Vigo é um dos pioneiros da ‘Nouvelle Vague’. Em apenas quatro filmes de curta e média duração, ele deixou uma marca indelével no cinema. Pena que sua produção seja tão reduzida. Ainda hoje, quando assisto a um filme que dá destaque à luz em suas diversas gradações, lembro de Vigo, que fez o mesmo sem os recursos atuais. Ele filmava em dias ensolarados para aproveitar a luz natural. Já Jean Renoir tem uma longa filmografia, da qual se destacam ‘A grande ilusão’, de 1937, e ‘A regra do jogo’, de 1939. Eles são os mais conhecidos. Antes da fita caseira e do DVD, viajei de Campos a São Paulo para assistir aos dois, num festival dedicado ao diretor. Mas sua produção é vasta. Até na Índia ele filmou. Há outros filmes dele que precisam ser conhecidos, como ‘O cabo ardiloso’, de 1962”.
Ainda sobre a apresentação dos dois filmes franceses hoje, no Cineclube Goitacá, localizado na sala 507 (Oráculo Espaço do Saber), no edifício Medical Center, situado na esquina das ruas Conselheiro Otaviano e 13 de Maio, com entrada franca, Soffiati lembrou também que “o que pretendo ilustrar é a escola francesa de cinema em confronto com o expressionismo alemão, que já mostrei em filmes de gênero e que pretendo ilustrar ainda com ‘Metropolis’, de Fritz Lang. Depois de muito pensar, minha escolha recaiu sobre esses dois filmes, pois eles são muito ilustrativos de uma linha cinematográfica que contribuiu para o desenvolvimento da arte cinematográfica, assim como o expressionismo, o realismo social russo e o realismo romântico dos EUA”.Ao dar continuidade à proposta de apresentar filmes que marcaram a história do cinema, o professor e historiador Aristides Soffiati exibe hoje, às 19h, no Cineclube Goitacá, os filmes “A propósito de Nice” (1930), de Jean Vigo, e “Um dia no campo” (1936), de Jean Renoir, e, ao final, trocará impressões com a plateia durante um bate-papo informal.
De saída, explica que decidiu mudar de foco, uma vez que nas vezes anteriores exibiu filmes que marcaram gêneros. “Para variar, resolvi intercalar gêneros com escolas. Os dois filmes que pretendo exibir ilustram a escola impressionista francesa, que marcou a França nos anos de 1920, pouco antes e pouco depois. ‘A propósito de Nice’ é de 1930, último ano da década. ‘Um dia no campo’ é de 1936. O impressionismo francês perdurou por algum tempo e rendeu excelentes filmes, como os de René Clair’”, acentuou.
Sobre o conteúdo dos filmes, foi enfático: “’A propósito de Nice’ é, na verdade, um belo documentário sobre Nice. O diretor revela a sensualidade da cultura francesa e a sua própria sensualidade, ao exibir um nu feminino de corpo inteiro. Ele faz experiências com a imagem. Usa artifícios cinematográficos. Enfoca também a questão social, outro tema muito caro aos franceses. Quanto a ‘Um dia no campo’ parece influenciado pelo primeiro longa de Jean Renoir: ‘A moça da água’, rodado em lindos paisagens campestres de canais da França. Minha intenção original era exibir esse filme, de 1924. Mas pensei que dois filmes mudos cansariam um pouco. Então, optei por ‘Um dia no campo’, filme falado, mostrando o interior da França em toda a sua luminosidade e encanto. De fato, é um filme lindo”.
Em seguida, falou sobre a importância dos dois cineastas na história do cinema: ”Vigo fez apenas quatro filmes e se tornou um ícone da filmografia francesa. Ele inspirou a ‘Nouvelle Vague’ e mereceu os mais calorosos elogios da crítica e de cineastas. No Brasil, o crítico Paulo Emílio Sales Gomes lhe dedicou um livro, considerando-o um dos maiores cineastas de todos os tempos. Já Renoir era filho do famoso pintor Auguste Renoir, talvez o maior expoente do impressionismo na pintura. Seu filho Jean Renoir segue seus passos durante algum tempo. Se, para o expressionismo alemão, o importante era o clima sombrio dos filmes, numa tentativa de transmitir as emoções do diretor, tanto quanto na pintura, para o impressionismo era a luminosidade, a claridade”.
E acrescentou: “Jean Vigo é um dos pioneiros da ‘Nouvelle Vague’. Em apenas quatro filmes de curta e média duração, ele deixou uma marca indelével no cinema. Pena que sua produção seja tão reduzida. Ainda hoje, quando assisto a um filme que dá destaque à luz em suas diversas gradações, lembro de Vigo, que fez o mesmo sem os recursos atuais. Ele filmava em dias ensolarados para aproveitar a luz natural. Já Jean Renoir tem uma longa filmografia, da qual se destacam ‘A grande ilusão’, de 1937, e ‘A regra do jogo’, de 1939. Eles são os mais conhecidos. Antes da fita caseira e do DVD, viajei de Campos a São Paulo para assistir aos dois, num festival dedicado ao diretor. Mas sua produção é vasta. Até na Índia ele filmou. Há outros filmes dele que precisam ser conhecidos, como ‘O cabo ardiloso’, de 1962”.
Ainda sobre a apresentação dos dois filmes franceses hoje, no Cineclube Goitacá, localizado na sala 507 (Oráculo Espaço do Saber), no edifício Medical Center, situado na esquina das ruas Conselheiro Otaviano e 13 de Maio, com entrada franca, Soffiati lembrou também que “o que pretendo ilustrar é a escola francesa de cinema em confronto com o expressionismo alemão, que já mostrei em filmes de gênero e que pretendo ilustrar ainda com ‘Metropolis’, de Fritz Lang. Depois de muito pensar, minha escolha recaiu sobre esses dois filmes, pois eles são muito ilustrativos de uma linha cinematográfica que contribuiu para o desenvolvimento da arte cinematográfica, assim como o expressionismo, o realismo social russo e o realismo romântico dos EUA”.