O ex-governador Sérgio Cabral (MDB) não poderá receber visitas e terá de ficar isolado na própria cela, no presídio de Bangu 8, pelos próximos 30 dias. As medidas, que foram confirmadas pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), são punições resultantes do julgamento final de um processo disciplinar aberto em 2017 por causa da instalação de uma “videoteca” no presídio de Benfica, onde o emedebista – condenado a mais de 100 anos de prisão por corrupção – ficou antes de ser transferido para Bangu.
Um dos recintos do presídio de Benfica recebeu uma televisão de 65 polegadas, um home theater com seis caixas de som e 160 filmes. O espaço foi compartilhado com os demais detentos e, após ser descoberto, os equipamentos foram doados para um orfanato. O Ministério Público estadual investigou o caso e, segundo a promotoria, a videoteca seria uma doação de igrejas evangélicas, mas o documento que firmava a cessão era falso. Segundo o promotor responsável pelo caso, o termo foi redigido de dentro da penitenciária e os equipamentos estavam lá antes da assinatura da doação.
O pastor que assinou o termo afirmou, em nota, que foi levado para a biblioteca por Cabral, que o convenceu da necessidade de assinatura de um representante da instituição religiosa para uso do equipamento, de maneira comum, pelos detentos.
Leilão - A Justiça também autorizou a venda de bens de Sérgio Cabral, Eike Batista e Carlos Miranda. O leilão vai acontecer nos dias 4 e 18 de julho na sede da Justiça Federal no Rio de Janeiro.
O lote de bens inclui a Lamborghini que decorava a sala de Eike Batista e a lancha Manhattan, que vale R$ 3 milhões, cuja propriedade foi atribuída ao ex-governador. Os bens foram apreendidos durante a força-tarefa da Lava Jato. (A.N.)