Arnaldo Neto
05/06/2019 00:49 - Atualizado em 06/06/2019 16:20
O deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) pediu nessa terça-feira (4), em discurso na Câmara dos Deputados, uma apuração rigorosa sobre suposto desvio de recursos públicos federais na Saúde de Campos. Ele tomou como base as denúncias feitas por um membro do Conselho Municipal de Saúde (CMS) e afirmou que as levará ao Ministério da Saúde e ao Ministério Público Federal. Secretário municipal de Saúde, Abdu Neme já se posicionou, na semana passada, repudiando “qualquer insinuação de irregularidade” e que “as portas da secretaria de Saúde estão abertas e, sendo solicitado, enviará quaisquer informações ao Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual ou qualquer outro órgão competente”.
Wladimir afirmou que toda pessoa é inocente até que se prove ao contrário, mas que é preciso uma apuração rigorosa e rápida nesse caso. Em sua fala, o deputado afirmou que vai, pessoalmente, procurar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e protocolar a denúncia no Ministério Público Federal para pedir que medidas sejam tomadas.
— A Saúde de Campos está um caos, não tem medicamento, não tem insumo, não tem nada. O prefeito ganhou a eleição com discurso de falso moralista vendendo ilusão e esperança para todo mundo, e hoje está matando as pessoas — afirmou.
O parlamentar ainda lamentou a situação da Saúde em Campos e criticou o governo municipal. “No ano passado, o orçamento executado de Campos foi de R$ 2 bilhões e gastaram R$ 800 milhões apenas em saúde para as pessoas continuarem morrendo”.
O secretário Abdu Neme, que é vereador licenciado, também diz “que os responsáveis pelas divulgações irresponsáveis e levianas, com único intuito de atingi-lo politicamente, serão acionados judicialmente”. Uma das denúncias levantadas sobre a gestão de Abdu aponta para um conflito de interesses, já que, segundo publicação, o responsável pela secretaria seria também chefe de setor da Santa Casa, que faz parte da rede contratualizada do município.
O médico, contudo, “destaca que trabalha há 37 anos na Santa Casa de Misericórdia de Campos, onde, até sua nomeação como secretário, respondia pelo Setor de Hemodinâmica. Após, tomou as medidas cabíveis para seu afastamento”. Disse ainda que “encaminhou ao Núcleo de Controle, Avaliação e Auditoria a orientação para que, caso chegasse alguma nota em seu nome, não seja paga”.