Verônica Nascimento e Maria Laura Gomes
18/06/2019 12:23 - Atualizado em 19/06/2019 21:26
O menino Matheus de Almeida dos Santos, de 10 anos, que foi estuprado em um matagal no Novo Jóquei no último domingo (16) e morreu na madrugada seguinte no Hospital Ferreira Machado (HFM), em consequência de asfixia, foi sepultado na manhã desta terça-feira (18), no cemitério do Caju, sob forte comoção. Os pais de Matheus não tiveram condições de falar com a imprensa e as avós da criança passaram mal e precisaram ser socorridas.
Um primo do menino, de 18 anos, que disse ter encontrado a vítima desacordada, é apontado pela polícia como o principal suspeito. Ele foi ouvido na 134ª Delegacia de Polícia na noite dessa segunda-feira (17) e, nesta terça, não foi mais localizado. Outras dez pessoas, entre suspeitos e testemunhas, também já prestaram depoimento. Algumas teriam relatado que viram o menino na garupa da moto pilotada pelo primo.
De acordo com a polícia, o menino soltava pipa com um colega, quando foi atraído e levado pelo agressor. A vítima, que estava sem roupas, chegou a ser levada para o Hospital Ferreira Machado (HFM), com lesões no queixo e tórax, mas não resistiu aos ferimentos. Ainda na última segunda, a polícia chegou a deter um suspeito do crime. O homem, morador do mesmo bairro do menino, prestou depoimento na 134ª DP, mas foi liberado. A família clama por justiça para Matheus.
— Isso não pode ficar assim. Qualquer coisinha que a pessoa saiba, às vezes pensa que não pode ajudar, mas ajuda. Eu quero justiça — afirmou a mãe de Matheus, Gleiciane de Almeida da Conceição, na última segunda-feira, quando foi ao Instituto Médico Legal (IML).
O primo de Matheus, de 18 anos, contou ter visto o menino na carona de uma motocicleta preta, pilotada por um homem, e disse tê-lo encontrado depois, desacordado, no matagal. Ele disse ter carregado o primo no colo e pediu socorro.
Segundo a Polícia Militar, o garoto foi socorrido inicialmente por um popular, mas o carro particular em que estava deu defeito e a vítima acabou sendo levada para o HFM por uma ambulância que passou no local.
— Se alguém tiver alguma câmera de segurança ali perto do local ou tiver visto alguma coisa e puder ajudar, a gente pede para entrar em contato com a polícia. Não precisa se identificar. É o que a gente pede. O pai da criança é um trabalhador, a mãe também, cuidava dele e dos outros filhos, a gente precisa de ajuda para descobrir quem fez isso com ele — disse uma amiga da família, que acompanhava a mãe da criança no IML e preferiu não ser identificada.