A criação de empregos com carteira assinada teve saldo positivo em maio, com a criação de 32.140 vagas em todo país, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na última semana pelo ministério da Economia. O indicador mede a diferença entre contratações e demissões. Campos também teve saldo positivo, liderando mais uma vez a criação de vagas no Norte Fluminense, com 1.342 no mês de maio, resultado de 3.148 admissões, contra 1.806 desligamentos. No acumulado do ano, Campos também lidera, com folga, o ranking regional de geração de vagas de emprego.
No Norte Fluminense, a geração do emprego formal também avançou em maio. Para o economista Alcimar das Chagas Ribeiro, o resultado do último Caged é fruto do início da safra de cana-de-açúcar. Em São Francisco de Itabapoana, que tem como puxador de empregos o setor agropecuário, foram criadas 860 vagas no mês de maio, sendo 922 admissões e 62 demissões, fato que levou o município a ficar na segunda posição no ranking regional. “O setor agropecuário gerou 1.649 vagas em Campos e 919 vagas em São Francisco de Itabapoana no ano. Importante observar que esse setor teve uma participação de 59,5% no emprego total de Campos, no acumulado do ano, enquanto que a participação em São Francisco de Itabapoana chegou a 99,4% do total”, observou Alcimar.
Na terceira posição em geração de empregos no mês de maio aparece São João da Barra, com 172 vagas. Na cidade do Porto do Açu, foram 372 admissões, contra 200 demissões do mês de maio. A construção do parque termelétrico da Gás Natural Açu parece ser o maior puxador de empregos do município, tanto que das 172 vagas geradas no mês, 170 foram no setor da construção civil.
Outro município forte na geração de emprego é Macaé. Porém, o saldo deste mês foi negativo. Foram 3.340 admissões, enquanto os registros foram de 3.677 desligamentos em maio, resultando em um saldo negativo de 337. Conceição de Macabu também negativou. Foram 38 admissões e 39 demissões.
Ainda em maio, no Norte Fluminense, Quissamã gerou 23 vagas formais, seguida por Cardoso Moreira, com 13. Depois aparecem São Fidélis, com saldo de quatro novos empregos, e São Fidélis, com três.
Setores — Assim como aconteceu com o país, a agropecuária puxou o saldo positivo do Caged em Campos. O setor gerou 850 empregos formais no mês de maio. Na indústria de transformação, o saldo também foi positivo, com 502 vagas. Também teve desempenho positivo o setor de serviços, com 125 vagas. Tiveram mais demissões que admissões em Campos os seguintes setores: extrativo mineral (-14), serviços industrial de utilidade pública (-4), construção civil (-69) e comércio (-48).
País — O saldo positivo em maio foi resultado de 1.347.304 admissões contra 1.315.164 desligamentos ocorridos no período. É o terceiro ano seguido em que o mês de maio apresenta saldo positivo, apesar de uma ligeira queda no volume total de novas vagas na comparação com o mesmo mês nos anos de 2017 (34,2 mil) e 2018 (33,6 mil).
Desempenho ainda está abaixo do esperado
O saldo positivo em maio no país, para o secretário de Trabalho do ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, está em sintonia com o desempenho da economia, mas ainda abaixo do desejado. “A geração de emprego está em linha com o que a economia vem demonstrando, da mesma forma que, nos últimos anos, o crescimento não foi tão grande quanto se gostaria”, afirma Dalcolmo.
Apesar de a criação de empregos ter diminuído no mês passado, na comparação com anos anteriores, Dalcolmo não vê tendência de queda. “Não há tendência nem de subida, nem de descida (na geração de empregos). Significa uma economia que está um pouco em compasso de espera, a ser definido por outros pontos importantes como a reforma da Previdência”.
No acumulado do ano, foram criados mais 351.063 postos de trabalho, o que elevou para 38,761 milhões o estoque de empregos formais no país. É o maior estoque desde 2016, quando o Caged registrou 38,783 milhões de empregados com carteira assinada.
Destaques — O crescimento do número de vagas em maio foi impulsionado pela agropecuária, setor que registrou, sozinho, a abertura de 37.373 empregos. O cultivo do café e da laranja responde pela maior parte das contratações, cerca de 33 mil. Também aparecem com destaque atividades de apoio à agricultura e a criação de bovinos.
No comércio, tanto varejista quanto atacadista, porém, houve mais demissões do que contratações, com o fechamento de 11.305 postos de trabalho. Em seguida, aparece a indústria de transformação, que fechou 6.136 empregos. Segundo Stivali, o resultado no comércio explica-se pelo fechamento de duas grandes empresas de terceirização em São Paulo, que demitiram um grande número de empregados.
Taxa de desemprego cai 0,1% em todo país
A taxa de desemprego no país ficou em 12,3% no trimestre encerrado em maio, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), divulgada na última sexta-feira (28), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa é menor que a registrada no trimestre encerrado em fevereiro deste ano (12,4%). No trimestre fechado em maio de 2018 ela foi de 12,7%.
Segundo o IBGE, a população desocupada ficou em 13 milhões de pessoas, estatisticamente estável tanto frente ao trimestre anterior como em relação a igual período de 2018.
Já a população ocupada (92,9 milhões de pessoas) cresceu em ambas as comparações: 1,2% (mais 1,07 milhões de pessoas) em relação ao trimestre anterior e 2,6% (mais 2,36 milhões de pessoas) na comparação como o mesmo período de 2018.
O número de empregados no setor privado com carteira assinada foi de 33,2 milhões de pessoas, ficando estável frente ao trimestre anterior e subindo 1,6% (mais 521 mil pessoas) frente ao mesmo período de 2018. Já o número de empregados sem carteira assinada (11,4 milhões de pessoas) subiu em ambas as comparações: 2,8% (mais 309 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 3,4% (mais 372 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2018. (A.N.A.) (A.N.)