Número de brasileiros com dívidas atrasadas bate novo recorde
06/06/2019 21:31 - Atualizado em 10/06/2019 17:05
Divulgação
O número de brasileiros inadimplentes chegou a 63,2 milhões em abril de 2019, um novo recorde histórico. Isto significa que 40,4% da população adulta do país está com dívidas atrasadas e negativadas. Na comparação com o mesmo mês de 2018 (61,2 milhões), são dois milhões a mais de pessoas inadimplentes, ou seja, uma alta de 3,2%. Na relação abril x março 2019, o crescimento foi de 0,4%.
"Além dos impactos gerados pela insuficiência da educação financeira do brasileiro, a inadimplência é uma variável que segue as principais tendências do cenário econômico nacional. Neste sentido, com a estagnação da economia, aumento do desemprego e da inflação ao longo dos primeiros meses de 2019, que impactam diretamente o orçamento doméstico, continuamos a bater recordes no número de consumidores com contas em atraso", comenta Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.
O segmento de bancos e cartões é o que tem o maior número de dívidas vencidas e não pagas, por isso, o aumento da representatividade de janeiro a abril é o que mais preocupa, segundo Rabi. "Este crescimento demonstra a dificuldade em honrar um tipo de pagamento que costuma ser prioridade das famílias. Isso é um sinal de que as pessoas já tomaram crédito para quitar outras dívidas e chegaram no ponto de não conseguirem pagar nem este empréstimo. Se mantido ao longo dos próximos meses, este movimento pode fazer com que o spread bancário aumente, deixando os juros ainda mais caros para o consumidor", diz.
O crescimento da inadimplência do consumidor em abril de 2019, na relação com o mesmo mês de 2018, foi puxado pelas dívidas não honradas com o segmento de utilities (água, energia elétrica e gás). A telefonia aparece em segundo lugar. Já varejo e serviços apresentaram queda na comparação interanual, uma sinalização de que a oferta de crédito nestes segmentos pode estar encolhendo.
O Sul é a única região em que a população adulta dos estados está com o percentual de inadimplência abaixo da média nacional (40,4%): Paraná (35,1%), Rio Grande do Sul (34,6%) e Santa Catarina (33,1%), este com o menor número em todo o país.
"Esta região costuma ter menor índice de pessoas com dívidas atrasadas e negativadas porque o desemprego é mais baixo, graças às atividades do agronegócio", comenta Rabi.
Das 27 UFs, 13 estão acima da média nacional, sendo as regiões Norte e Sudeste as mais afetadas. Ainda que o desemprego continue sendo o maior vilão da inadimplência, a falta de educação financeira também impacta o orçamento dos brasileiros, principalmente em períodos de crise. Um estudo da Serasa Experian em parceria com o Ibope Inteligência e o Instituto Paulo Montenegro mostra que a renda e a escolaridade têm pouco impacto no aprendizado financeiro da população.

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